Você já refletiu sobre o destino dos fundos obtidos através dos serviços fornecidos pelos cartórios? Os estabelecimentos cartoriais no Brasil desempenham uma gama de funções e, para cada uma delas, uma taxa específica é aplicada. As tarifas são fixadas pelo governo do estado onde o cartório opera, podendo divergir conforme a natureza e o custo do serviço prestado.
Em metrópoles, como São Paulo, os custos dos serviços podem variar consideravelmente. Eles vão desde R$ 5 para autenticar uma folha de papel até R$ 58 mil para uma escritura de propriedade avaliada em R$ 31 milhões ou mais.
Lei estadual é quem regulamenta a cobrança dos serviços pelo cartório
Primeiramente, é crucial compreender que os montantes requisitados pelos estabelecimentos cartoriais são estabelecidos em conformidade com as regras delineadas pela Lei Nacional dos Emolumentos. Cada Tribunal de Justiça estadual tem a responsabilidade de fixar os valores, que devem ser avalizados pelos representantes estaduais. Assim, são aprovados pelo chefe do governo. Além disso, anualmente, o Congresso Nacional revisa os ajustes, normalmente baseados na taxa oficial de inflação.
As disposições legislativas estaduais delineiam as diretrizes para a cobrança de serviços em cartórios, enfatizando sua relevância. Consequentemente, a extensão da cobrança varia de acordo com o estado.
Por exemplo, em determinados contextos, ações como o registro de um testamento acarretam taxas por evento. Em contrapartida, as autenticações de cópias de documentos e outros serviços são remunerados por página.
Os montantes aplicados para transferências de propriedades também oscilam conforme o estado. No Rio de Janeiro, a transferência de propriedade incorre em um gasto a partir de R$ 251, enquanto em São Paulo o patamar mínimo é de R$ 318, calculado com base no valor do bem em questão.
Entretanto, não todos os serviços cartoriais implicam pagamento. Registros de nascimento e óbito, bem como procurações previdenciárias e serviços relativos a propriedades destinados às camadas de menor renda, são isentos de tarifação.
Qual o destino do dinheiro
Referente ao destino dos fundos angariados pelos estabelecimentos cartoriais, uma parcela substancial do montante remunerado pelos serviços é destinada ao proprietário do cartório. Esses recursos são alocados para custear as despesas do estabelecimento e os salários dos colaboradores. Ademais, uma parte do total arrecadado é repassada ao estado, entidades governamentais, fundos e previdência judiciária.
A partilha dos fundos varia de acordo com a natureza do serviço prestado. A título de exemplo, em registros civis, aproximadamente 83,3% do montante remuneratório é destinado ao proprietário do cartório, enquanto os 16,6% restantes são direcionados à Secretaria da Fazenda. No âmbito de registros imobiliários ou de títulos, o titular do cartório recebe 62,5% da quantia, ficando o restante para o estado e os órgãos públicos.
É também importante mencionar a existência de tributos, como o ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza), que igualmente devem ser quitados pelos cartórios. O Brasil conta com seis categorias de estabelecimentos cartoriais:
- Registro de Eventos Civis;
- Notários e Tabeliães;
- Registro de Protocolo;
- Registro de Propriedades;
- Tabelionatos de Protestos;
- Registro de Títulos e Documentos de Pessoas Jurídicas.
Como fazer para oferecer serviços de cartório
Inaugurar um estabelecimento cartorial envolve um conjunto de etapas e exigências. Inicialmente, é necessário realizar uma avaliação da demanda de serviços e da população na região escolhida, seguido da obtenção de autorização legislativa para estabelecer a instituição.
O subsequente passo envolve a participação em um processo seletivo público promovido pelo Tribunal de Justiça do respectivo estado. Isso porque é preciso adquirir a posição de titular do cartório. Após a seleção, é crucial cumprir diversos requisitos, incluindo a obtenção de um registro específico junto às entidades competentes.
Além disso, é essencial adquirir um entendimento detalhado das legislações estaduais que regulam os serviços prestados e as tarifas estabelecidas pelos cartórios. Ao longo de todo o processo, manter-se em consonância com as práticas jurídicas e de administração recomendadas é crucial, assegurando a eficiência, a transparência e a qualidade dos serviços oferecidos.
Estabelecer um cartório constitui um empreendimento desafiador. No entanto, com a devida preparação e dedicação, é viável fornecer à comunidade local serviços essenciais e de alto padrão.