Comer é uma atividade essencial para a nossa sobrevivência, mas nem sempre damos a devida atenção ao processo. A correria do dia a dia nos leva a realizar muitas tarefas de forma automática, incluindo as refeições. No entanto, estudos mostram que a velocidade com que comemos pode ter um impacto significativo em nossa saúde e até mesmo no ganho de peso.
Quando comemos rapidamente e mastigamos pouco os alimentos, estamos propensos a ingerir calorias desnecessárias. O resultado dessa falta de atenção à velocidade da alimentação é que pessoas que comem muito rápido tendem a ter excesso de peso.
O processo de sentir fome e saciedade leva tempo. Assim como demora para o nosso corpo enviar o sinal de “fome” ao cérebro, também leva tempo para enviar o sinal de saciedade. Esse sinal de “estou cheio” pode levar de 5 a 20 minutos para chegar ao cérebro. Portanto, se estivermos comendo muito rápido, é provável que continuemos ingerindo alimentos e calorias desnecessárias nesse intervalo.
Estudos têm mostrado que as pessoas que comem muito rápido consomem entre 100 e 200 calorias extras em comparação com aquelas que comem mais devagar. Além disso, comer rapidamente pode levar a outros problemas de saúde, como armazenamento de gordura na região abdominal e níveis elevados de colesterol LDL, conhecido como “colesterol ruim”.
Quando comemos rapidamente, os carboidratos estimulam a liberação de insulina, mas a resposta da insulina não é rápida o suficiente para remover a glicose da corrente sanguínea. Esses picos de glicose no sangue, se repetidos em excesso ao longo do tempo, podem aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2, doenças vasculares e outras complicações metabólicas.
Para ilustrar os efeitos da velocidade da alimentação, foi realizado um experimento em que um colaborador da BBC comeu a mesma comida em velocidades diferentes durante dois dias. A dieta consistia em um café da manhã com cereais e frutas, um almoço com salada e pão, e um jantar com legumes e frango. No primeiro dia, a instrução era comer bem devagar, enquanto no segundo dia a instrução era comer muito rápido.
Durante o experimento, foi instalado um aparelho para medir a concentração de glicose no sangue. Os resultados mostraram valores mais elevados para o dia em que o colaborador comeu em alta velocidade. Isso ocorre porque a liberação de insulina não é rápida o suficiente para remover a glicose da corrente sanguínea quando comemos rapidamente.
Mudar um hábito não é fácil, mas existem algumas técnicas que podem ajudar a reduzir a velocidade da alimentação. Uma das estratégias mais básicas é deixar os talheres sobre a mesa entre cada mordida, para que haja uma pausa natural entre as garfadas.
Além disso, é recomendado preferir alimentos menos processados, pois alimentos ultraprocessados tendem a ter uma textura mais macia, o que facilita a velocidade da alimentação. Optar por alimentos frescos e preparados em casa pode contribuir para uma alimentação mais lenta e consciente.
É importante ressaltar que cada caso é único, e é sempre recomendado consultar um médico especialista em nutrição para obter as melhores orientações de acordo com as necessidades individuais.
Comer muito rápido pode trazer consequências negativas para a saúde, como ganho de peso e problemas metabólicos. A velocidade da alimentação afeta a sensação de saciedade, levando a um consumo excessivo de calorias. Além disso, comer rapidamente pode resultar em picos de glicose no sangue e aumento do risco de desenvolver doenças crônicas.
Portanto, é importante dedicar tempo para as refeições, mastigar bem os alimentos e prestar atenção aos sinais de fome e saciedade. Ao adotar uma alimentação mais lenta e consciente, é possível melhorar a saúde e prevenir problemas relacionados à alimentação descontrolada.