No início deste mês, o Governo Federal sinalizou que poderá liberar um montante de R$ 46 bilhões para o subsídio aos combustíveis. Por um lado, a medida pode funcionar para baratear os preços da gasolina, por exemplo. Por outro, o Planalto deixa de lado a inclusão de novas famílias no programa Auxílio Brasil, que conta com uma fila de espera crescente neste momento.
Segundo informações da imprensa, o Governo Federal optou por pagar o subsídio neste momento, já que a medida atende a um público específico. Tratam-se de cidadãos que possuem carros particulares. Em tese, boa parte das pessoas que fazem parte deste grupo é formada por cidadãos que não estão em situação de vulnerabilidade social, embora também sofram com os aumentos dos preços dos combustíveis.
Por outro lado, boa parte das pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social ainda não conseguiram receber nenhuma parcela do Auxílio Brasil, mesmo considerando que elas seguem todas as regras de entrada no programa. Segundo estimativas oficiais, uma pequena parte destinada para o subsídio já seria suficiente para aumentar o número de famílias no projeto.
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Para conseguir zerar a fila de espera apenas durante os próximos seis meses, o Governo precisaria gastar apenas 8,1% do que pretende usar no subsídio.
A indicação de que pode inserir o dinheiro para tentar baratear a gasolina acabou gerando críticas de alguns setores da sociedade que já vinham pedindo a liberação de quantias para o Auxílio Brasil. Ate aqui, o Governo afirmava que não tinha mais como inserir nenhum saldo ao programa.
O próprio Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse em mais de uma oportunidade que o aumento na quantidade de usuários do Auxílio Brasil poderia comprometer a situação da economia no país, visto que não existia nenhum espaço no orçamento.
Além disso, o Governo Federal também optou por vetar alguns projetos sociais aprovados previamente pelo Congresso Nacional nos últimos meses. O argumento foi o mesmo: segundo o Planalto, não existia espaço no orçamento.
Ao mesmo tempo, o Governo Federal argumenta que o tamanho do Auxílio Brasil cresceu em relação ao que se via no antigo Bolsa Família. Segundo dados oficiais, o número de usuários, por exemplo, cresceu de um patamar de 14 milhões para mais de 18 milhões agora.
Além disso, os valores dos pagamentos também cresceram neste ano. Enquanto o atual Auxílio Brasil paga um patamar mínimo de R$ 400 por pessoa, o antigo Bolsa Família pagava uma média de R$ 189 no momento em que chegou ao fim, ainda em outubro de 2021.
Outro ponto que o Governo costuma bater na tecla é a questão da fila de espera. Embora ela ainda exista e siga crescendo nos últimos meses, ela é menor do que a registrada no ano passado. Hoje, estima-se que pouco mais de 700 mil estejam nesta situação. Em março do ano passado, o número era de mais de 1,6 milhão.