De acordo com estudo da Fipe, a pedido da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, os custos para retomar as aulas nas escolas de educação infantil deverão ser altíssimos.
Em todo o Brasil, para que o retorno aconteça com toda a segurança necessária nas instituições públicas pode custar aos cofres aproximadamente R$ 6 bilhões.
A saber, segundo a entidade, o valor corresponde a 15% de todos os gastos públicos com educação infantil – que atende crianças de 0 a 5 anos.
Para ocorrer a volta das aulas protegendo alunos, professores e funcionários, deve haver a inclusão de protocolos de higiene.
Entre os cuidados incluídos nos custos pode-se englobar a compra de álcool em gel e sabonete.
Além disso, estima-se que precisará haver a troca de professores e demais profissionais do grupo de risco. Assim como implementar programa de testagem mensal em todos os estudantes.
Lembrando que o Brasil tem 6,4 milhões de alunos nessa faixa etária, matriculados em 80 mil e creches e na pré-escola.
A estimativa de gastos, de acordo com os pesquisadores da Fipe, corresponde a 60 dias letivos ainda em 2020, ou seja, pouco mais de dois meses.
A variação, para cada aluno, se daria de R$ 859 a R$ 1.038 nesse período, conforme o modelo adotado para a volta às aulas.
No caso de São Paulo, por exemplo, estado mais populoso do Brasil, os gastos para equipar as escolas públicas girariam em torno de R$ 113 milhões a R$ 143 milhões.
Ademais, a pesquisa fez os cálculos necessários para comprar cada produto ou serviço que compõem o protocolo estabelecido pelo MEC.
Máscaras de tecido para crianças, EPIs para adultos, copos individuais, tinta para demarcação no chão, termômetros, limpeza e higienização de transporte escolar, etc. entram nessa conta.
Já em relação à quantidade de pesquisadores, a Fipe prevê um aumento de 20% no número de professores e profissionais da limpeza.
Deve-se ressaltar que ainda não houve um plano do MEC para auxiliar as escolas de ensino infantil e demais fases. Falta, por exemplo, investimento em recursos para a educação remota ocorrer satisfatoriamente.
A ajuda para a retomada aconteceu até o momento a partir do Ministério da Saúde. Em agosto, a pasta destinou R$ 454 milhões para ajudar nesse sentido.
Outros R$ 525 milhões estão prometidos pelo Ministério da Educação (MEC) para este mês, mas apenas para ensino médio.
“São custos altos, mas não inviabilizam a volta”, diz o diretor de conhecimento aplicado da Fundação, Eduardo Marino. “Municípios que tiverem falta de recursos devem fazer voltar antes as crianças mais vulneráveis.”
No documento, a fundação enumera os efeitos das escolas fechadas para crianças pequenas: desnutrição, obesidade, violência doméstica, riscos para saúde mental, entre outros. Como pontos negativos para a volta, o estudo cita o eventual aumento no número de contaminados, a baixa adesão de pais e a dificuldade de manter o isolamento com as crianças da educação infantil.