A youtuber e estudante de História na Universidade Federal de Minas Gerais, Débora Aladim, ganhou destaque na imprensa e no meio educacional por defender o adiamento do Enem 2020 (Exame Nacional do Ensino Médio) e criticar as decisões do Ministério da Educação. Ela é dona de um dos cinco maiores canais educativos do Brasil no YouTube, com 2.5 milhões de seguidores, no qual utiliza para dar aulas de História, Redação e dicas de estudo para o vestibular.
Nesta semana ela lançou um curso que chamou a atenção nas redes sociais. Intitulado de “Estudar é Resistir”, a proposta dele é ser acessível para o público-alvo, como pré-vestibulandos, cobrando o valor único de R$ 1,99. Débora explica que o valor é exclusivamente para manter o curso no ar em uma plataforma que possui um servidor capaz de suportar muitos acessos simultâneos.
A iniciativa da jovem recebeu o apoio de muitas pessoas nas redes que se disponibilizaram a pagar o curso aos estudantes que não têm condições financeiras. Para Débora, o curso é a realização de um sonho e um projeto pela democratização da educação. Ele tem 5h de aula e certificado no final, com apostila e material complementar no qual o estudante pode continuar acessando o ano inteiro.
O curso aborda desde como fazer a redação, as orientações de correção e como fazer uma proposta de intervenção. Conta também com materiais extras para enriquecer a escrita e 50 temas que podem cair no Enem (além de todos os temas já abordados), folha de redação para treinamento, estratégias argumentativas e alusões históricas que se adequam a quase todo tema.
Críticas sobre decisão do MEC
Débora e outros influenciadores ligados à educação criticaram o Ministério da Educação que, no início de maio, insistia em manter as datas da prova do Enem 2020. O ministério chegou a fazer uma propaganda onde adolescentes tentavam justificar a importância da prova este ano, e ainda incentivavam o estudo a distância e pela internet.
Em vídeo no IGTV, Débora confrontou o posicionamento dos representantes da educação enumerou os motivos para o Enem ser adiado. Segundo a youtuber, o “MEC está tentando fingir normalidade” em uma situação de emergência mundial de saúde pública. Agindo dessa maneira, é como se falasse para os estudantes que eles têm direito à educação, mas que isso não será garantido a eles.
O vídeo bateu mais de 590 mil curtidas e mais de 19 mil comentários. A polêmica sobre o Enem reacendeu o debate sobre o acesso à educação em tempos de pandemia de Covid-19, já que muitos estudantes, principalmente os de baixa renda, não têm condições de estudar remotamente.
O levantamento “TIC Domicílios 2019”, elaborado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), revelou que cerca de 30% dos lares no país não têm acesso à internet.