Centenas de economistas assinaram uma carta onde pedem cautela para o momento que enfrentamos com o agravamento da pandemia da Covid-19, além de cobrarem a vacinação e medidas de isolamento. Assinam o documento ex-ministros da Fazenda e até ex-presidentes do Banco Central, como Armínio Fraga, Pedro Malan, Ilan Goldfajn e Afonso Celso Pastore.
Os dados da carta foram divulgados pelo colunista do O Globo, Merval Pereira. De acordo com ele, a carta deverá ser entregue aos três poderes.
“O País exige respeito; a vida necessita da ciência e do bom governo – carta aberta à sociedade referente a medidas de combate à pandemia”, inicia o texto.
“O Brasil é hoje o epicentro mundial da Covid-19, com a maior média móvel de novos casos. Enquanto caminhamos para atingir a marca tétrica de 3 mil mortes por dia e um total de mortes acumuladas de 300 mil ainda esse mês, o quadro fica ainda mais alarmante com o esgotamento dos recursos de saúde na grande maioria de estados, com insuficiente número de leitos de UTI, respiradores e profissionais de saúde”, continuam.
“Estamos no limiar de uma fase explosiva da pandemia e é fundamental que a partir de agora as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas”, salientam.
Dados sobre o cenário econômico ainda são sitados, como a diminuição do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 e a taxa de desemprego. “A situação econômica e social é desoladora”, apontam.
A carta defende que estes problemas só serão contidos com o controle da Covid-19. “Esta recessão, assim como suas consequências sociais nefastas, foi causada pela pandemia e não será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal”, destaca.
Para os economistas a vacinação em massa contra Covid-19 seria uma solução e o Brasil já estaria atrasado. Na semana passada até o ministro da Economia, Paulo Guedes, comentou que o número de vacinados “era muito pouco”.
A carta ainda pede urgentes medidas de isolamento social durante o período de vacinação e que o uso da máscara seja incentivado.
A carta ainda destaca que com a pandemia da Covid-19 o auxílio emergencial é necessário. “Em paralelo, não devemos adiar mais o encaminhamento de uma reforma no sistema de proteção social, visando aprimorar a atual rede de assistência social e prover seguro aos informais”.
Além disso, os economistas também veem a necessidade de projetos de apoio para pequenas e médias empresas.