Uma crise sem precedentes já começa a afetar as instituições de educação infantil particular no Distrito Federal, primeiro lugar do Brasil a adotar medidas de isolamento devido à pandemia do coronavírus, como o fechamento das escolas. A estimativa é de que esses estabelecimentos tenham perdido cerca de 70% do faturamento por conta da inadimplência e 30% das matrículas foram canceladas.
Os dados são do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal, o Sinepe. As incertezas em torno da Covid-19, somadas aos efeitos econômicos da pandemia, foram determinantes para que a publicitária Marina Padrão, mãe da Manuela – de 1 ano e sete meses, repensasse a permanência da pequena na creche.
Ainda não existe uma previsão para que escolas possam retomar as aulas presenciais e a alternativa de ter um currículo on-line não atende às crianças dessa faixa etária, na avaliação da pedagoga Viviany Pinheiro.
Além de não prender a atenção dos pequenos, a modalidade de ensino remoto não é recomendada porque pode causar problemas à saúde dessas crianças.
A Sociedade Brasileira de Pediatria inclusive, sugere que até dois anos de idade não haja exposição a nenhum tipo de tela e que as crianças de até cinco anos de idade, não fiquem mais de uma hora por dia em frente às telas.
A impossibilidade de oferecer uma alternativa aos pais que supra a demanda da educação infantil e o alto número de cancelamento de matrículas têm sido vistos com preocupação pelas entidades que representam as escolas particulares. O presidente do Sinepe, Álvaro Domingues, teme que possa haver um colapso no setor.
De acordo com o sindicato, o Distrito Federal tem 570 escolas particulares. Dessas, 400 estão classificadas entre educação infantil ou estabelecimentos de ensino fundamental. As informações são da Rádio Agência Nacional.