Economia

Economia brasileira CRESCE 1,6% no 1º trimestre, diz Monitor do PIB-FGV

economia brasileira registrou um forte crescimento no primeiro trimestre de 2023. Após iniciar o ano andando literalmente de lado, a atividade econômica do país cresceu 2,5% em fevereiro e 1,8% em março, na comparação com o mês anterior, após ajuste sazonal.

Com isso, a economia do país acumulou uma alta de 1,6% no primeiro trimestre deste ano, em relação aos três últimos meses de 2022. Isso quer dizer que a atividade econômica cresceu de maneira mais robusta nos primeiros meses do governo Lula do que nos três últimos meses do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em resumo, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil não teve um resultado positivo apenas na base trimestral. Na comparação com os primeiro trimestre de 2022, a economia do país cresceu 3,6%, indicando, mais uma vez, o bom resultado do início do governo Lula.

Cabe salientar que, em 2022, o PIB brasileiro cresceu 2,9% em relação a 2021. Isso aconteceu por causa da fraca base comparativa, uma vez que o país ainda sofria com os impactos provocados pela pandemia da covid-19 em 2021.

Aliás, a economia global sofreu uma grande recessão em 2020, ano da pandemia de Covid-19. No ano seguinte, as nações registraram resultados bastante positivos devido à fraca base comparativa.

No Brasil, o crescimento não ocorreu apenas em 2021, mas também em 2022. Para 2023, a expectativa também é de avanço do PIB, mas o resultado deverá ser bem mais tímido que o do ano passado.

Base comparativa trimestral

Cabe salientar que o PIB brasileiro encolheu 0,2% no quarto trimestre de 2022. Como a base comparativa estava enfraquecida, o resultado nos três primeiros meses deste ano conseguiram ser bastante positivos.

Inclusive, o desempenho da atividade econômica no final de 2022 ligou o sinal de alerta entre os analistas do mercado financeiro. Em suma, eles acabaram reduzindo as expectativas em relação ao desempenho da economia brasileira em 2023.

A propósito, a estagnação em janeiro deu força a esse pessimismo, uma vez que a taxa se manteve estável em relação a dezembro. Entretanto, os resultados de fevereiro e março impulsionaram o otimismo do mercado, que torce para novas taxas positivas nos próximos meses do ano.

De todo modo, o relatório Focus, que traz estimativas de analistas de mais de 100 instituições financeiras sobre indicadores econômicos do país, indicou que o PIB brasileiro deverá crescer apenas 1,20% em 2023. Caso isso se confirme, o avanço será bem menor que os 2,9% observados em 2022.

Agropecuária impulsiona economia do país

No primeiro trimestre, a agropecuária foi o principal setor a impulsionar a economia brasileira. Em síntese, o setor foi o único a registrar crescimento em todos os meses do trimestre, na comparação mensal.

O expressivo desempenho da agropecuária (10,9%) é o principal responsável pelo crescimento de 1,6% da economia no primeiro trimestre na comparação com o quarto trimestre de 2022“, disse a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece.

Embora o setor agropecuário tenha sido um grande destaque entre janeiro e março, as previsões para os próximos meses não são tão positivas assim. Segundo Trece, o forte crescimento da agropecuária ficou concentrado em poucas atividades e não deverá se manter ao longo do ano.

“A forte contribuição da produção de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura foram cruciais para o crescimento do PIB no primeiro trimestre, porém, deve-se considerar que a maior parte da colheita de soja é realizada no primeiro trimestre, o que pode indicar maiores desafios ao longo do ano para a manutenção desse forte crescimento da economia”, alertou a pesquisadora.

Todos estes dados fazem parte do Monitor do PIB-FGV, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) e divulgado na semana.

Veja mais dados da economia brasileira no trimestre

Entre janeiro e março, a agropecuária teve um papel decisivo no desempenho da economia brasileira. No entanto, o setor não foi o único a apresentar resultados positivos no período.

“Além disso, destaca-se também o desempenho positivo dos serviços com crescimento em praticamente todas as suas atividades, o que sinaliza certa resiliência deste setor no início de 2023”, pontuou Juliana Trece.

Vale destacar que o setor serviços é o principal motor da economia brasileira e geralmente exerce a maior influência no PIB do país. Apesar de isso não ter acontecido no primeiro trimestre, o setor deverá voltar a se destacar nos próximos levantamentos do FGV IBRE.

A saber, a indústria também exerce grande influência no desempenho do PIB brasileiro. No trimestre, o setor industrial enfrentou algumas dificuldades e não teve muito destaque no cenário nacional.

Por fim, o levantamento também revelou que o consumo das famílias cresceu 4,4% no primeiro trimestre. Segundo o Monitor do PIB-FGV, “as maiores contribuições positivas foram do consumo de serviços e de não duráveis. Este último impulsionado, principalmente, pelo segmento de combustíveis”.

O FGV IBRE ainda estimou que, no primeiro trimestre de 2023, o PIB brasileiro acumulou R$ 2,8 trilhões, em valores correntes.