O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou nesta quinta-feira (27/10) os dados relativos à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). De acordo com as informações apuradas, a taxa de desemprego no país recuou para cerca de 8,7% no terceiro trimestre do ano.
A princípio, a taxa foi considerada a menor desde o mesmo período relativo a 2015, com 8,4%. Em relação ao segundo trimestre de 2022, houve uma queda de 0,6 pontos percentuais, com 9,3%. Já na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, houve uma variação de cerca de 12,6%.
A coordenadora da Pnad, Adriana Beringuy, afirmou no anúncio do IBGE, que “a taxa de desocupação segue a trajetória de queda que vem sendo observada nos últimos trimestres. Ademais, a retração dessa taxa é influenciada pela manutenção do crescimento da população ocupada”.
Segundo a pesquisa realizada pelo IBGE, o número de pessoas ocupadas em todo o território nacional atingiu cerca de 99,3 milhões, um crescimento total de 1% no trimestre e de 6,8% no ano. Aliás, esse dado foi considerado um recorde na série histórica da Pnad, iniciada no ano de 2012.
A população desocupada, que não teve trabalho em um determinado período, ficou em 9,5 milhões de pessoas no terceiro trimestre do ano. Este é considerado o menor nível desde dezembro de 2015. Analogamente, a queda relativa ao trimestre anterior foi de 6,2%, ou seja, menos 621 mil pessoas e 29,7% no ano, com menos de 4 milhões.
Na pesquisa feita pelo IBGE foi constatado que houve um crescimento exponencial no trabalho sem carteira assinada e uma redução do trabalho informal. Segundo a Pnad Contínua, 13,2 milhões de pessoas trabalharam sem o documento no setor privado, considerado o maior da série histórica iniciada em 2012. No ano, houve um aumento de 13%, ou seja, 1,5 milhão de pessoas.
A taxa de informalidade no período ficou em 39,4% da população ocupada, visto que no trimestre anterior o índice estava em 40%. No terceiro trimestre de 2021 era de 40,6%. O número total de trabalhadores informais ficou em 39,1 milhões. O nível da ocupação teve um crescimento de 57,2%, o mais alto desde 2015.
Outro dado importante que convém mencionar é o relacionado ao número de empregados com carteira de trabalho assinada, que cresceu no período cerca de 1,3% em relação ao segundo trimestre de 2022, cerca de 36,3 milhões de pessoas. todavia, na comparação do ano, a estatística ficou em 8,2% de crescimento.
Outro recorde da série histórica é o relacionado ao trabalho no setor público. O número de empregados bateu recorde no período, chegando a 12,2 milhões, um crescimento de 2,5%, cerca de 291 mil pessoas. No acumulado do ano, a alta foi de 8,9%, 989 mil cidadãos. O crescimento teve como principal causa o aumento de profissionais sem carteira assinada, o que influenciou na redução do desemprego.
De acordo com a pesquisa, as atividades que apresentaram os números positivos e consequentemente influenciaram na Pnad Contínua e na redução do desemprego em todo o país, foram a administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais.
O rendimento real do trabalhador brasileiro também cresceu no terceiro trimestre de 2022. Foi a primeira vez desde junho de 2020. Em comparação com o trimestre anterior, a renda teve um aumento de 3,7%. Já na comparação anual, a alta foi de 2,5%. Em suma, a estimativa da média salarial do trabalhador ficou em R$2.737.
A coordenadora da Pnad afirma que “o crescimento do rendimento real está relacionado à redução da inflação, proporcionando ganhos reais. O rendimento nominal, que não desconta a inflação, já vinha crescendo em 2022, enquanto o real estava registrando queda”.
A alta na renda do trabalhador repercutiu nos trabalhos com carteira assinada, 2,8%, no setor público, 2,3%, e empregador, 10%. Ao se comparar com o mesmo trimestre de 2021, o trabalho doméstico teve uma variação positiva de 4,6%. Em conclusão, o trabalho por conta própria apresentou uma alta de 5%.