A economia brasileira cresceu 3,32% em fevereiro, na comparação com janeiro. Esse resultado aponta para uma melhora significativa da atividade econômica do país e sucede o leve recuo de 0,09% registrado no primeiro mês de 2023.
Em resumo, a alta do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC) em fevereiro foi a mais forte desde junho de 2020, quando o indicador subiu 4,86%. Isso quer dizer que esse foi o maior avanço mensal dos últimos 33 meses, segundo a série histórica do BC.
Embora o resultado tenha sido bastante positivo, a economia do país vinha enfrentando dificuldades para se manter em campo positivo nos últimos meses. Desde agosto de 2022 que o IBC-Br vem registrando queda.
De lá para cá, os únicos resultados positivos ocorreram em dezembro, quando a atividade econômica cresceu 0,74%, e agora em fevereiro. Aliás, o indicador do BC é considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Confira abaixo o desempenho da economia brasileira nos últimos meses, em comparação ao mês imediatamente anterior:
Todos esses números passam por um ajuste sazonal para que haja “compensação” em relação aos períodos diferentes. Dessa forma, os dados refletem a realidade da variação econômica do país, com dados ajustados e não apenas nominais.
O desempenho da economia brasileira também foi bastante expressivo na base anual. Em suma, a atividade econômica do país cresceu 2,76% na comparação com fevereiro de 2022, mas a alta foi um pouco menor que a registrada na base mensal.
Em 2022, o PIB brasileiro cresceu 2,9%, em comparação com 2021. Esse foi o terceiro avanço da atividade econômica nos últimos quatro anos. Veja abaixo o desempenho da economia brasileira entre 2019 e 2022, na comparação com o ano anterior:
Nos últimos quatro anos, o único resultado negativo foi registrado em 2020 devido à pandemia da covid-19, que afundou a economia global, levando as maiores nações do planeta a uma recessão econômica.
Entre os grandes países, a única exceção foi a China, que conseguiu fechar o ano de 2020 com um crescimento de 202% d0 PIB, valor considerado tímido para os padrões do país asiático.
No Brasil, o tombo foi o maior desde 1996 e interrompeu uma sequência de três anos de crescimento, período em que a atividade econômica do país acumulou alta de 4,6%. Contudo, de lá para cá, o país vem conseguindo superar as dificuldades, apesar de as estimativas para 2023 serem mais modestas que nos outros anos.
Em síntese, o Banco Central divulga semanalmente o relatório Focus, que traz projeções de analistas do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do país. Para 2023, os analistas estimam que o PIB brasileiro deverá crescer 1,00%, taxa bem mais tímida que as dos últimos anos.
Isso mostra que a economia do país deverá sofrer uma desaceleração neste ano. E o principal fator para isso são os juros elevados, que reduzem significativamente o consumo no país.
Em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve pela quinta vez consecutiva a taxa Selic estável em 13,75% ao ano. Esse é o maior patamar dos juros no país desde novembro de 2016, ou seja, em mais de seis anos.
Para quem não sabe, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços, a temida inflação. Quanto mais alta s Selic, mais altos ficam os juros no país. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.
A propósito, a inflação estourou a meta no ano passado. Em outras palavras, os preços de bens e serviços subiram mais do que deveriam no país. Isso também é esperado para este ano, apesar da manutenção dos juros em patamar elevado, o que vem provocando críticas recorrentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O IBC-Br é uma ‘prévia’ do PIB, ele avalia a evolução da atividade econômica do Brasil e ajuda o Banco Central na tomada de decisões em relação à taxa básica de juros, a Selic.
Em suma, o indicador reúne informações sobre o nível de atividade dos três setores econômicos do país:
Além disso, o BC também contabiliza o volume de impostos arrecadados no país. Ao final de tudo isso, a entidade financeira divulga a prévia do PIB brasileiro. Contudo, vale destacar que esse não é o índice oficial do país para medir a atividade econômica.
O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país. E o responsável pela divulgação desse indicador é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que informa os dados oficiais da economia brasileira.