Nosso primeiro artigo sobre Dom Pedro II abordou o início de sua trajetória como Imperador do Brasil. Neste, continuaremos a explorar sua vida política até o fim de sua carreira e o seu legado.
Acompanhe para acrescentar aos seus estudos!
Seu poder de governante foi mantido sob controle por um Senado aristocrático e uma Câmara dos Deputados eleita: esses corpos legislativos controlavam a nação, mas Pedro detinha um vago poder moderador ou “poder de moderação”: em outras palavras, ele poderia afetar a legislação já proposta, mas não podia iniciar muita coisa sozinho.
Ele usou seu poder judiciosamente, e as facções na legislatura eram tão contenciosas entre si que Pedro foi capaz de efetivamente exercer muito mais poder do que ele supostamente tinha.
Pedro sempre colocava o Brasil em primeiro lugar, e suas decisões sempre eram feitas naquilo que julgava melhor para o país: até os mais dedicados oponentes da monarquia e do Império passaram a respeitá-lo pessoalmente.
Os momentos mais sombrios de Pedro ocorreram durante a desastrosa Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870).
Brasil, Argentina e Paraguai vinham disputando – militar e diplomaticamente – pelo Uruguai por décadas, enquanto políticos e partidos no Uruguai jogavam seus vizinhos maiores uns contra os outros.
Em 1864, a guerra ficou mais acirrada: Paraguai e Argentina entraram em guerra e agitadores uruguaios invadiram o sul do Brasil. O Brasil logo foi sugado para o conflito, que acabou colocando Argentina, Uruguai e Brasil (a aliança tripla) contra o Paraguai.
Pedro cometeu seu maior erro como chefe de Estado em 1867, quando o Paraguai pediu a paz e ele recusou: a guerra se arrastaria por mais três anos. O Paraguai acabou sendo derrotado, mas com grande custo para o Brasil e seus aliados.
Quanto ao Paraguai, a nação foi totalmente devastada e levou décadas para se recuperar.
D. Pedro II desaprovava a escravidão e trabalhou muito para aboli-la. Era um grande problema: em 1845, o Brasil tinha cerca de 7 a 8 milhões de pessoas: 5 milhões delas eram escravas.
A prática da escravidão foi uma questão importante durante seu reinado: Pedro e seus aliados próximos, os britânicos, se opuseram a ela (a Grã-Bretanha até perseguiu navios que transportavam escravos para os portos brasileiros) e a rica classe de proprietários de terras a apoiou.
Durante a Guerra Civil Americana, a legislatura brasileira rapidamente reconheceu os Estados Confederados da América e, após a guerra, um grupo de escravistas sulistas chegou a se mudar para o Brasil.
Pedro, frustrado em seus esforços para banir a escravidão, até montou um fundo para comprar a liberdade para pessoas escravizadas e uma vez comprou a liberdade de um escravo na rua.
Mesmo assim, ele conseguiu se conter: em 1871, foi aprovada uma lei que tornava livres as crianças nascidas de escravos. A instituição da escravidão foi finalmente abolida em 1888: Pedro, na época em Milão, ficou radiante.
Na década de 1880, o movimento de democratização do Brasil ganhou força. Todos, inclusive seus inimigos, respeitavam o próprio D. Pedro II: odiavam o Império, porém, e queriam mudanças.
Após a abolição da escravatura, a nação ficou ainda mais polarizada. Os militares envolveram-se e, em novembro de 1889, intervieram e retiraram Pedro do poder.
Ele suportou o insulto de ficar confinado em seu palácio por um tempo antes de ser encorajado a ir para o exílio: ele partiu em 24 de novembro.
Foi para Portugal, onde viveu em um apartamento e foi visitado por um fluxo constante de amigos e bem. desejadores até sua morte em 5 de dezembro de 1891: ele tinha apenas 66 anos, mas seu longo tempo no cargo (58 anos) o tinha envelhecido além de seus anos.
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