Durante o período de pandemia, trabalhadores estão tendo dificuldade para negociarem reajustes salariais que consigam repor a inflação do período.
Em outubro, 48% dos reajustes salariais ficaram abaixo de 3,89%, percentual relativo à in?ação acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), outubro foi o mês mais difícil para negociações salariais. Em outubro, do total de reajustes negociados, 12,1% foram iguais a zero, que foi considerada a terceira maior incidência de 2020, atrás apenas de maio (16,4%) e julho (12,6%).
Até o momento, já são 676 reajustes iguais a zero neste ano, o que equivale cerca de 9% do total. Os reajustes iguais a 0% representam quase um 1/3 do total de reajustes abaixo do INPC neste ano.
Os reajustes ficaram distribuídos da seguinte forma:
Percentuais de aumento:
De acordo com o Dieese, a previsão para as negociações futuras também não são favoráveis. “É possível esperar negociações mais difíceis em novembro, mês em que será necessário, até o momento, o reajuste mais alto do ano. Entretanto, a retomada gradativa da atividade econômica e a concentração de negociações importantes neste mês podem contrabalançar os efeitos negativos da in?ação”, disse.