O Banco Central (BC) chegou a marcar a data para o início da segunda fase do chamado Sistema de Valores a Receber (SVR). Estava tudo programado para o último dia 2 de maio. No entanto, nesta quarta-feira (25), o que se vê ainda é indefinição sobre o assunto. O processo foi adiado e segue sem data para retorno.
Nesta terça-feira (24), servidores do Banco Central (BC) decidiram manter o movimento grevista. A decisão surpreendeu o Governo Federal, que esperava que a categoria aceitasse os 5% de reajuste, como aconteceu com os peritos médicos e com os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ambos os grupos decidiram interromper as suas paralisações.
Todavia, os servidores do BC não seguiram pelo mesmo caminho e decidiram manter o movimento grevista. Como eles são responsáveis pelo desenvolvimento do SVR, o processo ainda não pode ser retomado e não há data para um retorno. Na declaração mais recente do Banco Central sobre o assunto, não houve qualquer tipo de definição.
“A greve dos servidores do BC prejudicou o cronograma de desenvolvimento das melhorias do Sistema de Valores a Receber (SVR). O prazo de retorno do SVR, inicialmente previsto para 2 de maio, foi adiado. A nova data será comunicada com a devida antecedência”, informou o BC em nota recente.
Estimativas do próprio Banco Central indicam que existem mais de R$ 8 bilhões esquecidos por brasileiros em instituições financeiras. Deste montante, mais de R$ 4 bilhões foram repassados na primeira fase da liberação. Os outros R$ 4 bilhões serão liberados na segunda fase, que é justamente o processo que não tem data para começar.
O Banco Central vem dizendo que embora a situação não seja das mais favoráveis, o fato é que os cidadãos não sofrerão nenhum tipo de prejuízo quanto ao dinheiro. O saldo será liberado com ou sem atraso para os indivíduos.
O sistema de consultas será basicamente o mesmo. O BC abrirá um site em que o cidadão poderá inserir os seus dados básicos e conferir se há algum dinheiro esquecido em alguma instituição financeira neste momento.
Mesmo as pessoas que conferiram os dados e não encontraram nada na primeira fase de consultas, terão a oportunidade de realizar uma nova verificação, já que o Banco Central deverá inserir novas fontes de informações.
Dados oficiais mostram que um cidadão resgatou sozinho um montante de R$ 1,65 milhão na primeira fase de liberação do dinheiro. Além dele, há relatos de depósitos de R$ 1,5 milhão e outros sete casos de cidadãos que esqueceram mais de R$ 300 mil.
No entanto, é importante não criar expectativas demais neste momento. Segundo dados do próprio Banco Central, a maioria dos cidadãos que tinham algum dinheiro esquecido em instituições financeiras, não encontraram valores altos.
Há relatos de cidadãos que encontraram R$ 10, R$ 5, e até alguns centavos. Estima-se que quase 14 milhões de brasileiros encontraram menos de R$ 1. A situação gerou piadas e memes na internet durante a primeira fase de repasses.