A epilepsia ou predisposição cerebral permanente é uma doença neurológica crônica que acomete 1% da população em geral, o que equivale a 65 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.
As crises que levam a uma rigidez e abalos musculares em todo o corpo, como também em alguns casos, perda de consciência; pode ter variadas causas.
Especialistas atribuem seu surgimento desde problemas localizados no próprio sistema nervoso, como também por lesões cerebrais provocadas por Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico ou hemorrágico, traumatismo cranioencefálico, malformações do cérebro, paralisia cerebral, tumores cerebrais, infecções do cérebro, entre outras causas degenerativas ou genéticas.
Além desses fatores, outros gatilhos estão associadas à epilepsia como hipoglicemia ou taxa baixa de açúcar no sangue, deficiência ou efeito de determinadas substâncias no organismo, inclusive, mau funcionamento da GLUT1, proteína que transporta glicose para o cérebro.
Diante dessa ampla possibilidade de ocorrências para epilepsia, vale destacar, que o diagnóstico deve ser feito por um médico neurologista de confiança, visto que nem todas as pessoas que têm uma crise podem ser consideradas epilépticas.
Tratamento de epilepsia
Dependendo da causa, que como destacado acima, pode ser variada, o tratamento abrange diversas alternativas, como por exemplo:
- Uso de medicamentos antiepilépticos ou fármacos anticrise
- Cirurgias neurocerebrais
- Estimulação do nervo vago
Outras alternativas também surgem como meios complementares, como é o caso da alimentação, por meio da exclusividade cetogênica.
Dieta cetogênica X Epilepsia
Derivada do conceito cetose, queima de gordura, a dieta cetogênica nada mais é do que uma alimentação focada no uso da gordura corporal como fonte de energia para o próprio organismo.
Com a redução de determinados alimentos e priorização de outros, essa dieta induz o organismo a buscar outras fontes de combustível.
Na dieta cetogênica, o indivíduo reduz a ingestão de carboidratos, que são utilizados pelo organismo como fonte de energia e eleva o consumo de “gorduras boas” em quase 90% das refeições.
Para a epilepsia, essa dieta age como um efeito protetor contra o início das crises convulsivas. Devido ao seu alto teor de gordura e restrição dos carboidratos, a cetogênica garante o aumento da oxidação dos ácidos graxos no organismo.
Ao queimar a gordura como fonte de energia para o cérebro, visto que o órgão consome 20% das calorias que é consumida por dia, há um grande estímulo de produção de corpos cetônicos.
De acordo com alguns estudos, a cetose no sangue induz a uma fase de adaptação do metabolismo cerebral, a qual, os neurônios passam a utilizar os corpos cetônicos no lugar da glicose como principal gerador de energia, resultando na elevação do limiar convulsivo.
Para garantir a eficácia na dieta cetogênica no tratamento da epilepsia, é necessário buscar auxílio profissional, através de um cardápio elaborado por nutricionista.
Antes de iniciar a dieta, também é recomendado passar por um neurologista, a fim de que o mesmo autorize esse tipo de alimentação, inclusive, informe o período adequado para segui-la, já que a restrição de alguns alimentos, como o carboidrato não deve ser mantida por muito tempo.