Nem todo mundo sabe, mas esta quinta-feira (6) é o Dia Livre de Impostos para o comércio nacional. Esta é a 18ª edição do evento, que funciona como uma espécie de protesto organizado por lojistas de todas as regiões do país. Em alguns produtos, os descontos podem chegar a 70% do valor final.
A campanha é organizada pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), e pela Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem (CDL Jovem). Podem participar do evento lojas de rua do varejo, shopping centers, restaurantes, prestadores de serviço e até mesmo postos de gasolina.
Todos os anos, o Dia Livre de Impostos é realizado na data equivalente ao número de dias em que uma pessoa precisa trabalhar para pagar apenas os impostos, 157 dias neste ano de 2024. A ideia é que o consumidor compre os produtos com desconto equivalentes ao valor das taxações.
“Nossa intenção é mostrar como as taxas são abusivas. Queremos chamar atenção dos nossos governantes sobre a alta carga tributária e burocracia fiscal que penaliza o consumo da população e atrapalha no ambiente de negócios no Brasil e o desenvolvimento de nossas empresas”, explicou o coordenador da CDL Jovem, Raphael Paganini.
Abaixo, você pode ver algumas áreas que estão oferecendo o desconto neste momento:
Por meio deste link, você pode conferir a lista completa de lojas que aceitaram fazer parte da campanha, e que podem estar oferecendo descontos nesta quinta-feira (6).
Mas a campanha em questão não parece ter surtido efeito na prática. Nesta semana, o congresso nacional aprovou a criação de uma nova taxação sobre as comprinhas de produtos importados que custam até US$ 50. A decisão foi tomada após acordo entre governo federal e oposição.
“O que a gente quer é uma justiça tributária. A gente quer que as importações possam pagar o mesmo valor aproximado que a indústria nacional. A proposta é ver quanto mais ou menos as empresas nacionais pagam para vender no varejo. Hoje a indústria nacional paga de 42% a 47%, e as importações não pagam nenhum imposto federal”, disse o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
“(as empresas estrangeiras) tem zero de arrecadação, zero de controle, o que paga é só o ICMS de 17%. Isso está causando uma concorrência desleal. Nós estamos perdendo empregos, fechando postos de trabalho, fechando lojas, desestimulando o setor. Então a gente tem que enfrentar esta matéria”.
Quem também entrou no debate foi o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre outros pontos, o petista sinalizou que vai vetar este trecho do projeto caso ele seja aprovado também pelo Senado Federal.
“Quem é que compra essas coisas? São mulheres, a maioria, jovens e tem muita bugiganga. Olhe, eu nem sei se essas bugigangas competem com as coisas brasileiras, não sei. Mas nós temos dois tipos de gente que não pagam imposto. Você tem as pessoas que viajam, que são gente que não paga, são gente de classe média”, disse ele.
“Mas como que você vai proibir as pessoas pobres, meninas e moças que querem comprar uma bugiganga, um negócio de cabelo, sabe? Todo mundo compra. Minha mulher compra, a filha do Alckmin compra, a filha do Lira compra. Todo mundo compra. Então, nós precisamos tentar ver um jeito de não tentar ajudar um prejudicando o outro”, seguiu ele.
Nas redes sociais, o tema já vem ganhando muito destaque desde a noite de ontem. Milhares de pessoas questionaram a decisão do congresso nacional de aplicar uma nova taxação para os produtos. Agora, estas pessoas começam a pressionar o presidente Lula para que ele vete o tema.