Economia

Desenrola: o dado do programa que animou o Ministério da Fazenda

Um dos programas mais comentados do Brasil este ano, o Desenrola ainda está dando o que falar entre os brasileiros. Desde o último dia 15 de julho, o projeto já atendeu milhões de cidadãos endividados que desejam limpar os seus nomes. Nesta quarta-feira (13), um outro dado foi divulgado, e este novo número animou o Ministério da Fazenda.

Segundo a pasta, 924 empresas decidiram participar da nova fase do Desenrola, que deve ser iniciada no final deste mês de setembro. São bancos, varejistas, companhias de água, companhias de saneamento e até mesmo distribuidoras de eletricidade. Estas empresas estão dispostas a oferecer boas condições de negociação para os seus clientes que estão em situação de inadimplência.

Segundo o Ministério, essas empresas concentram nada menos do que 86% dos débitos de menos de R$ 5 mil no país. É justamente este o foco da Faixa 1 do Desenrola, que começará a funcionar em breve. Nesta nova rodada, serão atendidos os negativados que possuem renda de até R$ 2,6 mil e que tenham dívidas de até R$ 5 mil contraídas até 31 de dezembro do ano passado.

Por que o Ministério gostou dos números?

A alta procura de empresas pelo Desenrola fez o Ministério da Fazenda comemorar porque a adesão destas companhias não era obrigatória. Cada empresa possui o direito de definir se deseja entrar no programa ou não. No final das contas, o sucesso do Desenrola depende justamente do tamanho da adesão.

Caso um número pequeno de empresas aceitassem entrar no projeto, um número menor de pessoas poderiam negociar as dívidas. Como muitas empresas decidiram entrar no Desenrola, se entende que vários negativados terão a oportunidade de renegociar os seus débitos.

Ministério da Fazenda comemora números do Desenrola. Imagem: Valter Campanato/ Agência Brasil

Fundo garantidor

O Desenrola não é o primeiro, e certamente não será o último, programa de negociação de dívidas promovido por um governo. De todo modo, esta é a primeira vez que o Ministério da Fazenda entra com a sinalização de um fundo garantidor para estas empresas.

Com o Fundo garantidor, o governo garante que a companhia vai receber o dinheiro acordado. Se o cliente não pagar o saldo proposto, o Ministério da Fazenda entra na discussão e paga o valor. Assim, a companhia tem a garantia de que ela vai poder receber o saldo, seja do seu cliente, ou do governo federal.

Em contrapartida, a empresa terá que garantir boas condições para os seus clientes. Vale lembrar que o plano do governo é selecionar para o fundo garantidor os credores que estão dispostos a oferecerem os melhores descontos, e os menores juros.

As negociações do Desenrola

Na nova fase do Desenrola, o governo federal deverá lançar um app oficial. A ideia é que os credores e os inadimplentes realizem a negociação dentro deste sistema. O cidadão poderá inserir o seu cpf, e imediatamente ver as condições que a empresa está oferecendo para a negociação da sua dívida.

Vale frisar que este aplicativo ainda não está pronto. Assim, é importante esperar mais um pouco até que o governo federal divulgue a nova aplicação. Ela estará disponível de maneira gratuita em todas as plataformas digitais de celulares.

Primeira fase do Desenrola

Como dito, o Desenrola já está funcionando desde o último dia 15 de julho. Neste primeiro momento, no entanto, o sistema só atende as pessoas da Faixa 2. São cidadãos que possuem renda de algo entre dois salários mínimos e R$ 20 mil, e que tenham dívidas contraídas exclusivamente com bancos até o dia 31 de dezembro do ano passado.

Na atualização mais recente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) estima-se que mais de R$ 11,7 bilhões já tenham sido renegociados. Mais de 6 milhões de pessoas já saíram da inadimplência desde o início das negociações.