De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dezembro de 2021 o desemprego caiu para 11,1% no Brasil. Apesar disso, a renda do trabalhador atingiu a mínima histórica (10,7%). O desemprego ainda atinge cerca de 12 milhões de cidadãos brasileiros.
A pesquisa ainda constatou que a taxa média no ano de 2021 foi de 13,2%. Esse número indica certa tendência de recuperação frente se comparado ao ano de 2020, quando se iniciou a pandemia (13,8%).
“Embora o cenário tenha melhorado em 2021, o patamar pré-Covid ainda não foi recuperado”, pontuou o IBGE. Os dados divulgados pelo instituto foram coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
“É um ano de recuperação para alguns indicadores, mas não é o ano de superação das perdas, até porque a pandemia não acabou, e seus impactos, ainda em curso, afetam diversas atividades econômicas e o rendimento do trabalhador. Há um processo de recuperação, mas ainda estamos distantes dos patamares de antes da pandemia”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Ainda de acordo com o IBGE, a taxa de informalidade no Brasil durante o 4º trimestre de 2021 ficou em 40,7% da população ocupada. O levantamento constatou que as maiores taxas encontram-se no Pará (62,7%), Maranhão (59,4%) e Amazonas (58,7%). Já as menores taxas de informalidade foram encontradas em Santa Catarina (27,3%), São Paulo (31,2%) e Rio Grande do Sul (33,0%).
Para calcular a taxa de informalidade da população ocupada no país são consideradas as seguintes situações: empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada; empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada; Empregador sem registro no CNPJ; Trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.
Apesar da queda do desemprego no Brasil, o rendimento real habitual caiu 3,6% se comparado ao trimestre anterior e 10,7% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Segundo o IBGE, a média anual foi de R$ 2.587, ou seja, uma queda de 7% para 2020.
Desse modo, mesmo que haja mais pessoas trabalhando no país, o rendimento tem se mostrado cada vez menor. Em contrapartida, a inflação segue aumentando e os cidadãos brasileiros ainda não conseguiram recuperar seu poder de compra.
“Muitas pessoas ao longo dos dois anos perderam suas ocupações e várias delas interromperam a busca por trabalho no início de 2020 por causa da pandemia. Depois houve uma retomada dessa busca, ainda que o panorama econômico estivesse bastante desfavorável, ou seja, não havia uma resposta elevada na geração de ocupação. Em 2021, com o avanço da vacinação e a melhora no cenário, houve crescimento do número de trabalhadores, mas ainda persiste um elevado contingente de pessoas em busca de ocupação”, avaliou a coordenadora da pesquisa.
Além disso, pesquisas mais recentes sobre o índice de desemprego no país apontam que a desocupação é mais alta na faixa etária de 25 a 39 anos.