O impacto da pandemia do coronavírus no mercado de trabalho brasileiro parece ter chegado ao fim. Quando o assunto é desemprego, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de pessoas que não estão trabalhando voltou a registrar os mesmos níveis de antes da chegada da Covid-19 em solo nacional.
Segundo o IBGE, a taxa atual registrada é de 11,1% e ainda é considerada alta pela maioria dos especialistas na área. Pouco mais de 11,9 milhões de brasileiros ainda estão à procura de um trabalho. No entanto, a taxa é ligeiramente menor do que aquela registrada em 2019, o ano que antecedeu a pandemia do coronavírus no país. Os dados oficiais foram divulgados ainda na última sexta-feira (29).
No entanto, o levantamento do IBGE mostra que o processo de recuperação dos empregos não acontece de maneira igualitária para todos os brasileiros. Algumas regiões e grupos sociais registram mais dificuldade para voltar ao mercado de trabalho neste momento. Para eles, trata-se da mesma dificuldade registrada no período mais grave da pandemia.
Entre as mulheres, por exemplo, a taxa de desemprego é de 13,4%. Analistas do INSS explicam que elas possuem mais dificuldade de voltar ao mercado de trabalho por uma série de razões. Muitas delas não conseguem encontrar um emprego que permita um horário para cuidar das crianças, por exemplo.
Quando se considera apenas os homens, a taxa de desemprego é de 9,2%, considerando o último trimestre do ano de 2021. Entre as regiões, a diferença também existe. No Nordeste, a taxa de desemprego atual é de 13,8%. No Sul, onde ficam boa parte dos polos agropecuários do país, a mesma taxa é de 6,8%.
O resultado nas regiões nada mais é do que um fruto das desigualdades entre as mais diferentes unidades da federação. Em Santa Catarina, por exemplo, a taxa de desemprego é de 5,4%. Por outro lado, a Bahia tem 16,5%.
O estado nordestino, aliás, é o que registra o pior índice de desemprego entre todas as unidades da federação. O dado ajudou a puxar para cima o resultado de toda a região no Nordeste na pesquisa do IBGE.
São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, registrou taxa de 11,6%, ou seja, um pouco acima da média nacional divulgada pelo IBGE. O vizinho Rio de Janeiro registrou uma taxa de 13,8% durante o mesmo período analisado.
Embora exista uma desigualdade no processo de recuperação do emprego, o fato é que os resultados divulgados pelo IBGE deram mais fôlego ao discurso do Governo de não retorno do Auxílio Emergencial agora.
Nos últimos meses, membros do poder executivo argumentaram que o benefício não precisa ser retomado no momento porque a recuperação do emprego estaria acontecendo em todas as unidades da federação neste momento.
Vale lembrar que o Auxílio Emergencial foi um benefício criado pelo próprio Governo Federal ainda no ano de 2020, justamente visando ajudar as pessoas que não estavam conseguindo trabalhar devido aos fechamentos de serviços provocados pela pandemia na ocasião.