A taxa de desemprego alcançou os 14,4% no trimestre que começou em dezembro de 2020 e terminou em fevereiro de 2021. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Além disso, os dados pertencem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad).
No trimestre encerrado em janeiro, essa taxa era de 14,2%. Além disso, em dezembro de 2020, o trimestre encerrou em 13,9%, frente a 14,1% em novembro de 2020. Desse modo, analisando os últimos dados, é a terceira alta seguida da taxa de desemprego no Brasil.
Outro ponto a se destacar, é que a taxa voltou aos 14,4%, que não era vista desde o trimestre encerrado em agosto de 2020. No intervalo dos últimos 12 meses, só se viu uma taxa maior que essa no trimestre encerrado em setembro de 2020, quando registrou 14,6%, que é até hoje a maior da série histórica.
A expectativa do mercado para a taxa de desemprego no dia de hoje (30) era próxima dos 14,5%, pelo menos segundo a mediana de 28 projeções que foram captadas pelo Valor Data.
A pesquisa ainda apontou que são ao todo 14,423 milhões de desempregados no Brasil, o que representa o maior número da história. Esse fato está considerando o início da série do IBGE em 2012. No trimestre encerrado em janeiro, eram 14,272 milhões de pessoas sem emprego.
Segundo informou o IBGE, os números divulgados hoje (30) correspondem a uma alta de 2,9%. Sendo assim, se teve um aumento de 400 mil pessoas desocupadas frente ao trimestre anterior, que havia começado em setembro e terminado no mês de novembro de 2020.
O número de desempregados no Brasil nos últimos 12 meses cresceu cerca de 16,9%, o que equivale a 2,1 milhões de pessoas. Importante lembrar que os desempregados, segundo a classificação do IBGE, são pessoas que mesmo sem trabalho, procuraram emprego pelo menos nos últimos 30 dias antes da pesquisa.
Cerca de 6 milhões de pessoas desistiram de procurar uma oportunidade de trabalho. Esse público se encaixa na categoria dos desalentados e representa o maior número já registrado na pesquisa. A taxa que corresponde a esse total é de 5,6%. Desse modo, se somarmos a população desalentada com os desempregados, chegamos a cerca de 20% da população.
Além disso, a população ocupada representa cerca de 85,9 milhões de pessoas. Esse número ficou estável se compararmos com o trimestre móvel anterior. Mas em relação ao mesmo trimestre em 2020, obteve uma queda de 8,3%.
Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy “Embora haja a estabilidade na taxa de ocupação, já é possível notar uma pressão maior com 14,4 milhões de pessoas procurando trabalho“.
A analista ainda ressalta que não houve no trimestre uma geração significativa de postos de trabalho. Além disso, Adriana Beringuy acrescenta que isso “também foi observado na estabilidade de todas as atividades econômicas, muitas ainda retendo trabalhadores, mas outras já apontando um processo de dispensa como o comércio, a indústria e alojamentos e alimentação”.
De qualquer modo, o desemprego tem atingido milhões de brasileiros, que passam as dificuldades nesse momento em relação a pandemia. Não é à toa que mesmo alcançando números expressivos em momentos anteriores, o número de desempregados atinge um novo recorde no Brasil.