O Brasil registrou 35,9 milhões de trabalhadores do setor privado com a carteira assinada em 2022. Esse número corresponde a um crescimento de 9,2% no número de empregados formais em relação a 2021, primeiro ano de recuperação do mercado de trabalho após a pandemia da covid-19.
Ao considerar apenas o quarto trimestre de 2022, 73,6% dos trabalhadores do setor privado tinham a carteira assinada. Em outras palavras, quase três em cada quatro trabalhadores do setor estavam em regime formal de contratação, seguindo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Vale destacar que a crise sanitária provocou a perda de milhões de empregos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Em 2020, os números do mercado de trabalho afundaram, com muita gente sendo obrigada a ir para a informalidade.
No entanto, houve uma reversão da tendência de queda em 2021, e isso se consolidou em 2022. Em síntese, o mercado de trabalho brasileiro ganhou mais força no ano passado, com o número de desempregados despencando 27,9% em comparação a 2021.
A propósito, todos estes dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
De acordo com o IBGE, 17 das 27 Unidades da Federação (UFs) tiveram proporções de trabalhadores informais menores que a média nacional no quarto trimestre de 2022.
Aliás, as taxas de trabalhadores do setor privado com carteira assinada não chegaram nem a 50% em dois estados. Isso significa que menos da metade dos trabalhadores privados destes locais tinham a carteira assinada.
Veja abaixo os estados com as menores proporções de trabalhadores formais do país:
Em suma, esses dados se referem ao percentual de pessoas que possuem 14 anos ou mais de idade e que estavam empregadas no setor privado em 2022 no Brasil.
Em 2022, o Maranhão teve o menor percentual de trabalhadores formais no setor privado em três dos quatro trimestres. A única exceção foi entre abril e junho, quando o Piauí registrou a menor taxa do país (46,6%), seguido de perto pelo Maranhão (47,8%).
Outros oito estados tiveram taxas superiores a 60%, mas abaixo da média nacional, foram: Acre (61,2%), Alagoas (62,3%), Amazonas (63,7%), Rio Grande do Norte (65,3%), Pernambuco (66,7%), Amapá (69,4%), Goiás (72,1%) e Rondônia (72,1%).
A PNAD também revelou a outra parte do ranking, com dados mais favoráveis. Em resumo, Santa Catarina apresentou o maior percentual de trabalhadores do setor privado com a carteira de trabalho assinada. Inclusive, o estado sulista manteve a posição em todos os trimestres de 2022.
A saber, apenas dez UFs tiveram taxas superiores à média nacional. Veja abaixo quais delas registraram os maiores percentuais de trabalhadores com carteira assinada no setor privado no quarto trimestre:
Os dados citados mostram que as maiores taxas foram observadas na região Sul. Em seguida, ficaram UFs do Sudeste e do Centro-Oeste, enquanto os estados do Nordeste e do Norte tiveram os menores percentuais do país.
Vale destacar que o mercado de trabalho mostrou uma forte recuperação em 2022, após os fortes impactos provocados pela pandemia da covid-19, principalmente em 2020.
No ano passado, o Brasil criou 2,03 milhões de postos formais de trabalho, encerrando o ano com um saldo de 42,71 milhões de empregos com carteira assinada.
O grande destaque em 2022 foi o setor de serviços, que liderou a criação de empregos no país, respondendo por 1,176 milhão do total de empregos criados no ano. Em seguida, ficaram os grupamentos de comércio (350 mil vagas), indústria (251,9 mil), construção (194,4 mil) e agricultura (65 mil).
Segundo o IBGE, a PNAD Contínua acompanha as variações trimestrais e a evolução da força de trabalho no Brasil. A saber, isso acontece em médio e longo prazo através de coleta, em âmbito nacional, de informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país.
Em síntese, a implantação da PNAD Contínua aconteceu em outubro de 2011, alcançando o caráter definitivo em janeiro de 2012. A PNAD também divulga informações mensais e anuais, além das trimestrais, sobre força de trabalho no país e desemprego, entre outros pontos.
E os analistas do mercado ficam atentos a esses dados para traçarem possíveis resultados futuros relacionados ao mercado de trabalho brasileiro.