O emplacamento de veículos como carros, picapes, utilitários esportivos, caminhões, vans, e ônibus em todo o país tiveram uma redução expressiva no mês de agosto. A princípio, foram emplacadas no período, cerca de 207.717 unidades. Isso corresponde a uma queda de 7,93% na comparação com o mês de julho de 2023.
Todavia, no mês passado, foram emplacados mais de 225.597 veículos no país. Nesta época, estava em atividade o programa de descontos do Governo Federal. Ele tinha como objetivo, auxiliar no desenvolvimento da indústria automobilística, aquecendo o mercado e melhorando as vendas em todo território nacional.
Analogamente, em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda na venda de veículos novos no país de 0,41%. Estas informações sobre as negociações de automóveis foram divulgadas na última segunda-feira (04/09), pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Segundo José Maurício Andreta Júnior, presidente da Fenabrave, sobre o estímulo à indústria automobilística, “As ações do governo permitiram o acesso do consumidor, que havia perdido o poder de compra, aos veículos de entrada, o que demonstrou que o preço influencia na escala necessária para a recuperação do setor”.
Venda de veículos no país
Em relação a venda de veículos no mês de agosto, Andreta Júnior diz que o governo apresentou algumas medidas provisórias, que possibilitaram uma recuperação momentânea do setor automobilístico. Mas diante do número de negociações realizadas no mês, é preciso uma política de desenvolvimento para o setor.
O presidente da Fenabrave afirma que é preciso investir na indústria automobilística nacional a longo prazo. Em relação às vendas de automóveis no país no mês de agosto, ele diz que, “algumas marcas ainda tinham saldo de veículos com desconto patrocinado a oferecer, o que fez com que o resultado não fosse ainda pior”.
Ademais, o Governo Federal havia disponibilizado recursos que seriam utilizados nos descontos às montadoras de veículos. Elas então produziram o chamado carro popular, ou seja, automóveis muito mais baratos, garantindo o acesso a eles pela população com uma renda menor, fomentando todo o setor automobilístico.
O programa do Governo Federal teve um grande sucesso, visto que houve um aumento exponencial na venda de veículos no mês de julho deste ano. De fato, os recursos oferecidos acabaram logo no início do mês. Com os descontos tributários, houve no período a venda de mais de 125 mil automóveis novos em todo o país.
Queda das vendas em agosto
Vale ressaltar que mesmo com a queda na negociação de veículos apresentada no mês de agosto, há um crescimento nas negociações relacionadas ao acumulado do ano. Em síntese, desde janeiro, a indústria automobilística apresentou uma alta expressiva, de cerca de 13,7% na comparação com o mesmo período de 2022.
Dessa maneira, Andretta Júnior diz que esse desenvolvimento do setor automobilístico em 2023 se deve ao fato de que no primeiro semestre do ano passado, houve um recuo na indústria de automóveis. Isso se deve ao fato de que houve uma falta de peças e componentes dos veículos produzidos no país.
O presidente da Fenabrave diz que no segundo semestre de 2023, possivelmente o setor não apresentará uma recuperação devida. Aliás, a federação deverá em um momento oportuno, enviar ao Governo Federal, alguns projetos e ações, para tornar mais acessíveis, à população brasileira, o acesso a veículos novos.
Como falado anteriormente, o bom desempenho das vendas de veículos novos apresentado no primeiro semestre de 2023 se deve aos incentivos fiscais dados pelo Governo Federal. No mês de junho e julho, as lojas possuíam um grande estoque de carros com preços mais baixos, beneficiados pelo programa.
Acesso aos veículos
Há a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, reduza a taxa básica de juros da economia nacional, Selic, no segundo semestre. Recentemente houve um recuo de 0,50%, passando para 13,25% anuais. Com isso, o financiamento de veículos é facilitado, o que pode aumentar as vendas.
Em conclusão, o presidente da Fenabrave afirma que é preciso tornar os veículos mais acessíveis ao consumidor de baixa renda no país. Para ele, isso deve ser feito através de uma redução de preços, e uma maior oferta de crédito. Ele ressalta que nesse caso, não deve haver um recuo da arrecadação do Governo Federal.