A Dataprev, empresa pública de tecnologia, prevê uma redução no tempo das análises dos pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com as informações da autarquia, uma nova tecnologia mais eficiente vai ter o poder de reduzir o tempo atual pela metade, o que poderá facilitar o trabalho dos servidores.
Segundo o presidente da Dataprev, Rodrigo Assumpção, o novo sistema já foi implementado neste mês de julho, e o tempo de processamento caiu de 96 horas para 48 horas. De acordo com ele, esta redução já tem o poder de fazer a diferença considerando que o INSS conta com uma folha de pagamento de mais de 38,2 milhões de brasileiros.
“Parece pouco, mas era um momento de foco intenso aqui na casa. São 48 anos pagando pontualmente. É considerada, corretamente, a tarefa mais importante da casa. Isso libera energias nossas e do INSS, que tinha depois de aferir se tudo estava sendo feito corretamente. Libera tempo para fazer coisas até mais importantes, como análise desses dados, estudos. Que só podem ser pensados depois”, declarou o presidente da Dataprev.
Para Assumpção, a nova tecnologia seria mais moderna, e contaria com mais recursos tecnológicos que poderiam proporcionar não apenas a otimização dos processos, mas também uma maior segurança em relação aos dados dos brasileiros que recebem benefícios do INSS.
Com o advento da nova tecnologia, o INSS espera que os servidores passem a ganhar mais tempo para analisar os dados dos pedidos de entrada no Instituto. Dados mais recentes mostram que mais de 1,7 milhão de pessoas estão no aguardo por uma resposta. Muitos deles estão na espera há vários meses.
Para o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, a nova tecnologia pode ter papel importante na busca pela redução do tamanho da fila de espera do Instituto. Entretanto, ele frisou que este deverá ser apenas um dos elementos que poderão ajudar as pessoas.
“Isso é parte importantíssima da solução, porque é um pouco esse trabalho de batimento de dados, de tempo para desenvolver projetos de prova de vida, de investir em conexões com ‘gov.br’. Como a segurança e qualidade dos processos melhora, podemos avançar em outros processos”, afirmou ele.
“Para nós, o processamento ser menor no tempo nos dá folga para usar energia em melhorar o atendimento aos brasileiros. Tecnologia e investimentos que estão sendo feitos aqui é uma das partes dos quebra cabeças mais importante para sair da situação em que estamos. Tecnologia é uma das pecinhas da fila do INSS”, completou Stefanutto.
Mais cedo em entrevista à Globo News, o Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT) também falou sobre o problema. Ele disse que a sua pasta vai solicitar a admissão de mais 2 mil concursados para atuar no Instituto. Na visão do Ministro, esta é uma das formas de fazer com que a fila de espera seja reduzida com mais eficiência.
“Vai ter contratação. Nós já recebemos agora cerca de mil funcionários, que foram concursados ainda no ano passado, mas que não tinham sido chamados. Mas não é assim (estala os dedos), você contrata e a pessoa começa a trabalhar. A pessoa tem um estágio, a pessoa tem que fazer um exame. Então hoje nós temos esses mil funcionários que foram chamados desde março efetivamente nas agências”, disse ele.
“Nós estamos agora propondo – estou esperando apenas a ministra Esther (Esther Dweck, Ministra da gestão) – mais 250 concursados que fizeram o concurso no ano passado para que eles também façam este estágio comprobatório para o seu aprendizado e sejam direcionados para as agências”, seguiu o Ministro.
“Além disso, deve ser publicada nos próximos dias uma nova reformulação dos quadros. Só para vocês terem uma ideia, até 2005 ou 2006, o INSS tinha 40 mil funcionários. Hoje estamos com cerca de 18 mil. A perícia médica tinha 7 mil peritos, e hoje tem 3,8 mil, ou seja, deixaram de lado a previdência social”, completou ele.