O cyberbullying passou a se tornar um problema de maior visibilidade com ascensão das redes sociais e aumento do uso da internet por crianças e adolescentes.
Antes da pandemia, contudo, essas ocorrências podiam ser melhor trabalhadas no ambiente escolar e havia mais possibilidades para que os estudantes revelassem seu sofrimento.
No entanto, durante a pandemia do novo coronavírus, com a necessidade de distanciamento social, os jovens passaram a vivenciar a web com mais intensidade. E por mais tempo, diga-se de passagem.
Considera-se cyberbullying os ataques que se repetem de forma frequente e sistemática na internet. Envolvem violência verbal, humilhação, chacota, divulgação de informações e fotos pessoais – às vezes íntimas -, entre outras formas de se colocar sobre o outro.
Pela relevância do tema em meio à quarentena, a Organização das Nações Unidas (ONU), chamou a atenção de pais, alunos e professores para o risco de um caso desses estar acontecendo mesmo sem alarde, no total desconhecimento de todos.
Consequências do cyberbullying
De acordo com a própria ONU, um em cada três estudantes brasileiros declara já ter sido alvo de cyberbullying pelo menos uma vez na vida. Isso em diferentes graus. Outros trinta países pesquisados mostram dados semelhantes, para entender que não é algo restrito ao Brasil.
As consequências são muitas e, às vezes, destroem sonhos. Pode perpassar pelo medo de ir à escola ou simples desinteresse por estudar, isolamento, dores de barriga, náuseas e dor de cabeça. Em nível mais intenso, pode desencadear depressão, síndrome do pânico e comportamento suicida.
“Enquanto os jovens de hoje aprendem sobre aceitação e igualdade, eles são expostos a uma enxurrada de exemplos de intolerância nas redes, e precisam pesar quando ainda estão desenvolvendo essa capacidade”, pondera o sociólogo Paulo Niccoli Ramirez em entrevista à revista Veja.
Segundo relatos, nas aula que ocorrem por meio de aplicativos na pandemia, ocorre muito de estudantes usarem o chat para fazer piadas com algum colega. Ou então de alunos silenciarem o microfone de alguém da turma ou do professor, quando a plataforma permite isso. Geralmente, os apps da Google oferecem para que os administradores das aulas tenham os controles sobre os microfones.
“Esse é um problema que afeta não só o Brasil, mas vários países, por isso corremos para fazer os ajustes”, explica Zack Yeskel, gerente global do braço educacional do Google.