A portaria que determina o cronograma de implementação do novo Ensino Médio deve ser suspensa pelo Ministério da Educação (MEC). Espera-se que não haja alterações nas estruturas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que estavam previstas para 2024. O modelo tem sofrido várias críticas ao longo do tempo.
O governo de Jair Bolsonaro (PL), vinha realizando uma implementação gradual do novo Ensino Médio. Com a posse do presidente Lula (PT), houve duras críticas relacionadas ao programa. A equipe do novo governo apontou inúmeras falhas em sua implementação, estudando, inclusive, a sua suspensão.
Analogamente, especialistas em educação, ao contrário, propõem uma conversa com a sociedade para que sejam feitas alterações no novo Ensino Médio, e não a sua suspensão. O novo modelo, vigente há dois anos, tinha como objetivo, alterar a grade curricular e oferecer aos estudantes, uma série de disciplinas optativas.
O Governo Federal não divulgou detalhes sobre a suspensão da portaria. Entretanto, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), informou que as orientações sobre o Ensino Médio, que estão sendo executadas desde 2022, não deverão ser cobradas no Enem, como estava sendo esperado.
Ademais, além das alterações na grade curricular dos estudantes do Ensino Médio, o novo modelo também procurou aumentar a carga horária, e abrir a possibilidade deles terem uma formação técnica e profissional. Como dito anteriormente, houve a oferta de inúmeras matérias optativas para a formação dos alunos.
O modelo vem sendo implementado há cerca de dois anos, em todas as escolas do país. Por conta das críticas e a proposta de alterar a estrutura, ou mesmo suspender o programa, o ministro da educação diz que não haverá mudanças para o Enem de 2024, como era esperado e estabelecido no cronograma.
Em 2023 houve uma grande adesão de estudantes em todo o país para o novo Ensino Médio. O problema é que várias entidades passaram a criticá-lo. Nas redes sociais também houve vários debates sobre o tema, onde muitas pessoas solicitaram alterações e outras, o fim do modelo educacional vigente.
O alerta geral é que, em síntese, as críticas têm relação com a redução da carga horária de conteúdos e matérias tradicionais, sobre o aumento exponencial sobre a desigualdade entre escolas públicas e privadas. Além disso, especialistas em educação dizem que há uma grande dificuldade na implementação do novo Ensino Médio no país.
De acordo com Camilo Santana, não se deve apenas revogar, suspender o novo Ensino Médio. É preciso que haja uma discussão com a sociedade. Dessa forma, ele diz que o MEC deverá realizar um amplo estudo sobre o tema, junto com a comunidade escolar, em busca de corrigir eventuais distorções no modelo.
A princípio, o MEC coordenou uma reunião de seu grupo de trabalho na segunda-feira (03/04) para tratar das alterações relacionadas ao Ensino Médio. Vale ressaltar que ainda não se estabeleceu a suspensão do novo modelo. No entanto, há uma possibilidade real de o governo cancelar a portaria.
Em suma, a portaria 521 de 13 de julho de 2021, do Governo Federal, estipula prazos relacionados a políticas públicas nacionais educacionais, como a disposição de livros didáticos, por exemplo, e sobre as avaliações como o Enem. Sua alteração seria de acordo com as novas instruções para o novo Ensino Médio.
Esperava-se que o Enem tivesse uma nova estrutura já em 2024. Atualmente a avaliação possui os mesmos parâmetros para todos os estudantes. A proposta do novo modelo, era a de que fosse criada uma seção específica, destinada às disciplinas optativas escolhidas pelos estudantes durante o Ensino Médio.
A portaria estabelecida um cronograma para as alterações da ampliação da carga horária, para as escolas do Ensino Médio. Em 2020 o governo elaborou o currículo para os estados. No ano de 2022 houve a implementação do novo currículo relativo ao 1º ano do Ensino Médio. Em 2023 haveria uma ampliação para o 2º ano.
Em conclusão, entidades educacionais afirmam que há uma necessidade de organização do modelo de ensino, e que portanto, as alterações para o Enem devem ser suspensas. Por outro lado, alguns especialistas criticam veemente o modelo e sugerem o fim do novo Ensino Médio.