Com a proximidade do período eleitoral, começam a crescer o número de propostas de isenção do Imposto de Renda. A maioria dos principais candidatos à presidência já prometeu que deve realizar correções na tabela. A lista inclui presidenciáveis de direita, de centro e de esquerda. Alguns deles estão fazendo promessas pela segunda vez.
Nesta semana, o ex-presidente Lula (PT) voltou a falar sobre a sua proposta de isenção do imposto de renda para quem ganha menos de R$ 5 mil. Em ao menos duas oportunidades desde a última segunda-feira (15), o petista disse que esta seria a sua primeira obra caso volte ao poder a partir de 2023.
“Não é possível que tudo tenha reajuste, menos a tabela do trabalhador que paga Imposto de Renda. Eu tenho a ideia de que nós vamos ter que escolher uma faixa maior para a gente poder isentar. Não é possível”, disse o petista durante uma entrevista para uma rádio de Minas Gerais na última terça-feira (16).
Lula não está sozinho nesta promessa. No início do mês, o presidente Jair Bolsonaro (PL) também disse que pretende reajustar a tabela do Imposto de Renda caso seja reeleito. Mesmo sem dar números, o atual chefe do executivo disse que já conversou sobre o assunto com o Ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Já está conversado com o Paulo Guedes”, disse Bolsonaro. “Vai ter atualização da tabela do imposto de renda para o próximo ano, está garantido já”, completou o presidente sem citar números exatos da possível taxa de isenção. O chefe do executivo disse apenas que pretende cumprir sua promessa logo nos primeiros dias do possível novo mandato.
Esta não é a primeira vez que o presidente Jair Bolsonaro promete corrigir a tabela do Imposto de Renda. Durante a campanha presidencial de 2018, o chefe do executivo disse que isentaria os cidadãos que recebiam menos de R$ 5 mil.
De um jeito ou de outro, o fato é que três anos e meio depois do início do seu mandato, a promessa ainda não foi cumprida. Em entrevista para uma rádio de Porto Alegre, Bolsonaro argumentou que a pandemia de Covid-19 atrapalhou os planos.
“Havia um compromisso nosso de mexer na tabela, buscar uma atualização, veio a pandemia, aí foi uma desgraça para a gente”, disse ele. “Assim como muitas coisas, eu não consegui botar para a frente”, completou o presidente na entrevista.
O ex-ministro, Ciro Gomes (PDT) também vem falando sobre a possibilidade de fazer uma “revisão completa” na tabela do Imposto de Renda. Em seu plano do Governo, o presidenciável fala em fixar uma alíquota de 35%.
Hoje, esta alíquota é de 27,5%, segundo os dados oficiais da Receita Federal. A campanha da senadora Simone Tebet (MDB) não prevê nenhum tipo de reajuste na tabela do Imposto de Renda caso ela consiga se eleger este ano.
De acordo com o projeto da candidata, “o reajuste do IR não corrige as distorções de quem paga pouco ou nada de imposto em aplicações financeiras”. O texto fala apenas em “rever esses privilégios e com isso arrecadar dinheiro para uma política pública, focalizada em quem mais precisa”.