De acordo com o Relatório de Inflação publicado trimestralmente pelo Banco Central do Brasil, o saldo de crédito concedido por bancos deve crescer 14,6% neste ano. Os resultados do relatório divulgados no dia 16 de dezembro mostram que isso deve ocorrer por conta do crescimento de 18,6% no crédito para famílias e 9,6% para pessoas jurídicas (PJ).
Ao comparar com os resultados publicados no trimestre anterior, o relatório divulgado neste mês é maior, de 12,6%. “Essa revisão decorreu de surpresas positivas nos últimos três meses nos saldos nominais de pessoa física e jurídica e do impacto do aumento na inflação esperada para o final do ano”, diz o relatório do Banco Central.
Para o próximo ano, o relatório divulgado pelo Banco Central prevê um crescimento de 9,4% do estoque de crédito, ante 8,5% no relatório publicado no trimestre anterior. “A revisão considerou a persistência no crescimento do crédito nominal e os níveis maiores de inflação corrente e projetada, fatores que compensam a deterioração do cenário prospectivo para a atividade econômica e o maior nível esperado de taxas de juros”, diz o relatório.
O relatório constatou que as modalidades de crédito para pessoas físicas com recursos livres tiveram variação de 18% para 20%, já as com recursos direcionados foi de 14% para 17%. Nos financiamentos para pessoas jurídicas e empresas houve uma alta de 13% para 15% no segmento livre e de 0 para 1% no crédito direcionado.
É importante entender que o crédito livre é concedido pelos bancos e estes têm a autonomia para definir as taxas de juros e outras tarifas cobradas aos clientes. O crédito direcionado possui regras definidas pelo governo e atende demandas como o setor habitacional (Casa Verde e Amarela/Minha Casa, Minha Vida), rural, entre outros.
Segundo o Banco Central do Brasil, os dados apontam um crescimento acima do esperado nas carteiras de crédito direcionado às famílias. “Entre os empréstimos às famílias com recursos livres destacam-se as modalidades de cartão de crédito e de crédito pessoal não consignado. No crédito direcionado a pessoas físicas, os financiamentos imobiliários em patamar elevado continuaram impulsionando o saldo. O crédito rural, por sua vez, surpreendeu pelo aumento significativo nas concessões ao longo do ano, em linha com os altos preços das commodities e dos insumos agrícolas”, diz o relatório.
As possibilidades de concessão de crédito têm crescido a cada dia no Brasil e no mundo. Hoje (20), o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que o governo deve anunciar em breve uma nova modalidade de empréstimo. A nova modalidade com garantia do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve contemplar até negativados.
A alternativa tem como objetivo auxiliar os brasileiros em momentos de crise, quando a dificuldade de adquirir qualquer linha de crédito é quase nula. A agência ainda informou que a modalidade para cidadãos que estão com o nome no SPC ou Serasa deve ter uma das menores taxas de juros do mercado.