O governo federal decidiu comprar vacinas contra Covid-19 dos laboratórios Pfizer e Janssen (braço farmacêutico da Johnson & Johnson). A informação foi dada por integrantes do Ministério da Saúde.
Em reunião com representantes da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que a elaboração contrato de compra da vacina da Pfizer está em andamento, enquanto as negociações com a Janssen seguem abertas.
A proposta da Pfizer aceita pelo governo federal inclui o total de 100 milhões de doses, sendo que 8,715 milhões de doses serão entregues até junho, 32 milhões até setembro e 59,285 milhões até dezembro. Já o contrato da Janssen seria para o fornecimento de 38 milhões de doses no segundo semestre.
“Vamos fazer uma divulgação conjunta de um documento mostrando que estamos nessa fase da negociação. A proposta de cronograma que está sendo apresentada para nós é uma boa proposta, e a partir de agora a gente segue os trâmites de fazer esse contrato o mais rápido possível”, disse o ministro Pazuello em vídeo divulgado pela assessoria do ministério.
A vacina da Pfizer é a única contra Covid-19 a obter o registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que permite o uso do imunizante no Brasil. Já a vacina da Janssen, embora aprovada em outros países, como os Estados Unidos, ainda não tem permissão de uso definitivo ou emergencial pela Anvisa.
A decisão de comprar a vacina da Pfizer veio após meses de negociações com a fabricante. Durante esse período, o governo federal questionou as cláusulas do contrato, sendo que a principal queixa do Ministério da Saúde era de que a Pfizer não se responsabilizaria por eventuais efeitos colaterais da vacina.
O principal motivo para o anúncio ter ocorrido nesta quarta (03) é que na terça (02) a Câmara aprovou um projeto que facilita a compra de vacinas contra Covid-19 por estados, municípios e empresas. De acordo com o projeto, os entes federativos podem comprar as vacinas e assumir os riscos por eventuais efeitos adversos, desde que os imunizantes tenham sido aprovados pela Anvisa.
A vacina da Pfizer contra Covid-19 atingiu eficácia global de 95% nos testes de fase 3 e já está sendo usada em diversos países, como Estados Unidos, Alemanha e Israel. O imunizante é aplicado em duas doses, como a CoronaVac e a vacina de Oxford, que estão sendo aplicadas no Brasil.
A vacina desenvolvida pelo laboratório belga Janssen, que representa a divisão da Johnson & Johnson responsável por vacinas, atingiu índice de eficácia de 100% na prevenção de mortes por Covid-19 nos testes conduzidos nos EUA, Brasil e África do Sul. Já a proteção contra sintomas severos da doença ficou em 85%, enquanto a eficácia global, que inclui casos moderados, foi de 66%.
Diferente do imunizante da Pfizer, a vacina da Janssen contra Covid-19 funciona com uma única dose, facilitando a campanha de vacinação. Além disso, ela pode ser armazenada em geladeira comum.