O uso emergencial da vacina da Janssen contra Covid-19 foi aprovado nesta quarta (31) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O imunizante de dose única desenvolvido pela empresa do grupo Johnson & Johnson foi aprovado por unanimidade, com os quatro diretores e o presidente da Anvisa favoráveis ao pedido.
“Os milhares de mortos anunciados a cada dia no Brasil, quase 2 mortes por minuto, evidenciam um ambiente de terror. É o que apavora a população brasileira. Então cada não e cada sim dessa Agência é sempre um sopro de esperança quando uma vacina é oferecida a população brasileira. Então considerando que as vacinas são a forma mais eficaz de prevenir doenças, eu acompanho a relatora”, disse o diretor Alex Campos ao dar o seu voto.
Os votantes destacaram os ‘ótimos resultados’ da vacina da Janssen em pessoas acima de 18 anos e o fato de o imunizante já ter sido aprovado em outros países, como os Estados Unidos.
“Precisamos de vacina que gera anticorpo que seja neutralizante e funcional e nesse caso observamos que temos dados de imunogenicidade importantes e significativos”, disse o gerente geral de Medicamentos, Gustavo Mendes.
O governo federal comprou 38 milhões de doses, a US$ 10 cada, da vacina da Janssen contra Covid-19 para integrar o Programa Nacional de Imunização. As entregas estão previstas para começarem a partir do terceiro trimestre.
A vacina da Janssen, diferente dos imunizantes contra Covid-19 já aprovados no Brasil, funciona com uma única dose, o que facilita a logística de distribuição e acelera o ritmo da vacinação.
Segundo a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos, o imunizante é eficaz contra a variante sul-africana do coronavírus. A Janssen também testou a vacina contra a variante brasileira e a eficácia contra casos graves de Covid-19 foi de 87%.
A vacina da Janssen pode ser armazenada em geladeira comum (de 2°C a 8°C) por até 3 meses, o que também facilita a distribuição do imunizante.
A expectativa é que a Janssen fabrique 1 bilhão de doses do imunizante até o final do ano. Além dos EUA e do Brasil, a União Europeia, o Reino Unido, o Canadá e a iniciativa Covax encomendaram doses da vacina da Janssen contra Covid-19.