Economia

Cotação do DÓLAR hoje (25/09): Moeda sobe em dia de aversão ao risco

O dólar iniciou a semana em alta. Nesta segunda-feira (25), a moeda norte-americana subiu 0,69%, cotada a R$ 4,9662. O dia ficou marcado pelo pessimismo vindo da China, segunda maior economia do planeta, que está enfrentando uma crise imobiliária desde 2021.

Com o acréscimo desse resultado, o dólar saiu do campo negativo em setembro e agora acumula alta de 0,16% no mês. Aliás, ainda não há unanimidade sobre a variação da moeda no mês.

Enquanto alguns investidores acreditam que a divisa deverá encerrar setembro em queda, principalmente por causa do fortalecimento da economia brasileira, outros analistas acham que as preocupações globais deverão impulsionar a moeda neste mês.

De toda forma, o dólar segue com uma queda firme em 2023, de 5,64%. Em suma, o tombo acumulado no ano já chegou a 11% em julho. No entanto, a divisa fechou o mês de agosto com ganhos de 4,68% e eliminou parte da queda acumulada nos meses anteriores. Já agora em setembro, a moeda está em campo positivo ante o real, mas a variação é bem tímida.

Veja o que influenciou a cotação do dólar hoje (25/09)

A saber, o que mais impactou a cotação do dólar nesta segunda-feira (25) foi o pessimismo vindo da China. Como o país é a segunda maior economia global, os investidores temem que os impactos na atividade chinesa afetem todo o planeta.

Dólar sobe em dia marcado por pessimismo vindo da China. Imagem: Agência Brasil.

Crise imobiliária na China impulsiona dólar

Em resumo, o mercado acionário reflete o sentimento dos investidores. Hoje (25), o pessimismo prevaleceu com a aversão de risco devido às preocupações vindas da China. Os investidores preferiram não arriscar e se mantiveram em ativos mais seguros, uma vez que o cenário global não foi convidativo ao risco.

Na China, o setor imobiliário preocupa cada vez mais. A saber, este é um dos principais setores que impulsionam a economia do país, ou seja, dados negativos causam preocupação em relação à força econômica chinesa.

Na verdade, a crise imobiliária da China vem sendo enfrentada desde 2021, ano em que a Evergrande, gigante do setor, começou a apresentar problemas de liquidez. As ações da empresa chegaram a derreter e ela passou meses longe do mercado de ações. Isso aconteceu por causa das dívidas bilionárias que a empresa possui.

Aliás, a Evergrande cancelou um plano de reestruturação da sua dívida de cerca de US$ 35 bilhões. No domingo (24), a empresa disse estar impossibilitada de emitir novos títulos de dívidas, e são justamente estes papeis que são usados para financiar parte dos seus pagamentos.

Cabe salientar que o setor imobiliário chinês se relaciona a diversos outros setores e produtos, como o minério de ferro. Quando o setor começa a preocupar o mercado, o pessimismo em relação às outras atividades acaba impulsionando o dólar, assim como ocorreu na sessão de hoje (25).

Banco Central reduz taxa de juros no Brasil

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduziu em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros da economia brasileira, a taxa Selic. Em síntese, a decisão ainda repercute entre os investidores, que estão analisando os impactos da redução dos juros no país, algo que levará mais algum tempo.

A propósito, a taxa de juros dos países influencia a entrada de recursos de investidores. Isso acontece porque, quanto maiores os juros, mais enfraquecida tende a ficar a economia do país, uma vez que os juros aumentam o custo de vida, promovendo uma redução do poder de compra do consumidor, o que provoca um desaquecimento econômico.

Por outro lado, os juros elevados aumentam o rendimento dos títulos nacionais. Como os juros estão caindo no Brasil, os investidores acabam buscando ativos com maior atratividade, e isso enfraquece o real ante o dólar.

Como os juros enfraquecem a economia, a sua redução tende a fortalecer a atividade do país. Inclusive, as projeções para a economia brasileira em 2023 estão cada vez mais otimistas.

Com uma atividade mais fortalecida, o Brasil passa a ser visto como uma nação mais segura, e os investidores tendem a alocar seus recursos no país, trazendo mais dólar e impulsionando a economia. Contudo, isso não aconteceu neste pregão.

Federal Reserve mantém juros estáveis nos EUA

O Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, também tomou sua decisão sobre a política monetária do país na semana passada. Em resumo, o Fed manteve estável a taxa de juros no país, o que já era esperado pelo mercado.

A decisão não foi unânime, visto que alguns diretores do Comitê de Política Monetária do Fed votaram a favor de uma elevação de 0,25 ponto percentual dos juros. Entretanto, a maioria dos diretores optou pela manutenção da taxa, e essa foi a decisão do Fed, que não alterou os juros.

Apesar de não ter elevado os juros, a taxa está no maior patamar em mais de 20 ano. nos EUA. Por ora, o banco central decidiu aguardar mais um pouco para analisar os próximos dados relacionados à atividade econômica dos EUA, bem como o desempenho de outros indicadores, como taxa de desemprego e inflação, mas o banco não descartou a possibilidade de aumentar os juros ainda em 2023.