O deputado Luis Miranda (DEM-DF) declarou neste domingo (27) que o esquema de corrupção no Ministério da Saúde pode ser “muito maior” que apenas o caso da vacina indiana, a Covaxin.
A compra da vacina, pelo maior preço já pago pelo Brasil, é alvo de investigação da Comissão Especial de Inquérito (CPI) da Covid-19.
Outras irregularidades também foram encontradas na compra, como o prazo de negociação rápido, além das empresas envolvidas.
O parlamentar deu entrevista a Folha de S.Paulo e afirmou que seu irmão, Luis Ricardo Miranda, ainda aponta possível compra “100% fraudulenta” em testes para Covid-19.
“Se existir algo realmente ilegal, não é só nessa vacina [Covaxin], é na pasta toda. O presidente [Jair Bolsonaro] demonstra claramente que não tem controle sobre essa pasta. Tem muita coisa que dá pra puxar e investigar, e descobrir algo em outra situação que vai ligar diretamente com a Covaxin. É o mesmo grupo [de pessoas dentro do ministério]”, pontuo.
E continuou: “Pelo que vejo aqui, é procedimento totalmente usando a Opas [Organização Pan-Americana de Saúde] para fazer a jogada, com dinheiro do Banco Mundial. Querem fazer uma compra gigantesca, altamente desnecessária”, prosseguiu.
Luis Miranda ainda comentou seu encontro com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no dia 20 de março. “É como se a pasta [Ministério da Saúde] tivesse um dono, e não o presidente da República. É como se aquele ambiente ali não pertencesse a ele. Ele não conhecia o caso”, relatou na entrevista.
Mesmo assim, conforme informações da BBC News, a Polícia Federal declarou não ter qualquer inquérito para investigação da vacina. A abertura de investigação na PF foi uma das promessas que o presidente teria feito ao deputado na época.
O valor do contrato da compra da vacina indiada pela Saúde chega a R$ 1,6 bilhão. Ao todo três empresas estão envolvidas, sem contar o governo.
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