Milhares de brasileiros já cadastraram o CPF em nota ou cupom fiscal. Em diversos estabelecimentos, os funcionários solicitam o documento aos clientes ao iniciarem a compra de algo ou ao finalizarem esse procedimento. Por isso, muita gente acha normal utilizar o documento como chave Pix. Contudo, os riscos envolvendo essa ação são bastante elevados.
Por exemplo, em diversas farmácias, os funcionários perguntam qual o CPF dos consumidores para iniciarem as compras. De acordo com eles, há descontos e promoções para quem cadastra o documento no estabelecimento, e muitas pessoas informam o número do seu documento devido aos descontos oferecidos, que deixam os preços mais acessíveis.
No caso do Pix, não há descontos ou pontos positivos para quem cadastra o CPF. Pelo contrário, os riscos de ter o documento utilizado em golpes é bem alto. Por isso, muitos especialistas alertam a população sobre essa prática, indicando que a ação não é segura e nem positiva para a população.
Muitas pessoas utilizam o Pix diariamente no país. O sistema de pagamentos instantâneos tem pouco mais de três anos de existência, tendo sido lançado no final de 2020, mas já se transformou na forma de pagamento mais utilizada do Brasil.
Embora a ferramenta tenha uma aprovação muito grande no Brasil, várias pessoas ainda ficam preocupadas em relação ao cadastramento de uma chave Pix. Em suma, esse termo se refere à forma de identificar uma conta bancária e substitui o uso de informações como agência e conta, ou seja, as pessoas informam a chave Pix para receberem um pagamento ou uma transferência.
As pessoas também podem usar a chave Pix para realizar transferências. Por exemplo, para uma pessoa transferir algum valor para outro usuário precisará de uma chave, uma vez que esta identifica a conta. A propósito, as chaves Pix podem ser:
De acordo com o BC, as pessoas que possuem conta de Pessoa Física (PF) podem ter até cinco chaves Pix para cada conta. Assim, a pessoa poderá cadastrar cinco chaves aleatórias ou utilizar as demais chaves, que totalizam três, cadastrando outras duas aleatórias.
Já em relação às contas de Pessoa Jurídica (PJ), o BC permite o cadastro de até 20 chaves para cada titularidade. Como as empresas costumam ter uma movimentação financeira mais expressiva que as pessoas físicas, a autarquia permite o cadastramento de quatro vezes mais chaves Pix.
Cabe salientar que não é possível cadastrar a mesma chave em mais de uma conta. Em outras palavras, a chave só pode estar associada a uma única conta. Logo, uma pessoa que utiliza o CPF como chave Pix de uma instituição não poderá usá-lo como chave em outra instituição.
Isso acontece porque o sistema do Banco Central precisa saber exatamente para qual conta o Pix deverá ser enviado ou de qual conta deverá ser feito o pagamento do valor. Dessa forma, não há risco de desconto ou pagamento para a conta errada.
Vale destacar que é possível fazer a portabilidade destas chaves Pix entre instituições, ao menos em relação a CPF ou CNPJ, e-mail e número de telefone.
Já em relação às chaves aleatórias, as pessoas não precisarão informar qualquer dado pessoal, como CPF ou telefone celular. Em síntese, um código único de 32 caracteres com letras e símbolos é gerado aleatoriamente pelo Banco Central. Assim, esse código fica atrelado à conta que o criou.
A saber, esta opção surgiu para ser utilizada com QR codes gerados pelo aplicativo da instituição financeira. A pessoa que fizer um pagamento só precisará escolher a opção “pagar por QR code”, apontar a câmera do celular para a imagem disponibilizada e informar o valor do Pix. É uma maneira bem simples e rápida de transação.
Contudo, é importante ressaltar que a chave aleatória também poderá ser copiada e enviada por mensagem, assim como ocorre com as demais chaves Pix. Em contrapartida, as chaves aleatórias não permitem portabilidade.
Portanto, a pessoa que criar uma chave aleatória para uma instituição financeira não poderá utilizá-la ou fazer a portabilidade para outra instituição. Nesse caso, haverá a necessidade de criar uma nova chave.
Apesar da possibilidade de usar chaves aleatórias, muitas pessoas acabam utilizando o CPF como chave, principalmente por causa da familiaridade com o documento. Entretanto, especialistas afirmam que o risco é muito elevado para os usuários que utilizam o documento como chave, pois a pessoa pode cair em golpes de criminosos.
Em suma, o indicado é utilizar outras chaves, como e-mail e telefone, ou até mesmo chaves aleatórias, quando a pessoa for realizar compras e pagamentos para estranhos. A principal dica é não utilizar o CPF discriminadamente, em todas as transações realizadas.
Como é possível cadastrar até cinco chaves PIX, o mais recomendado é informar o CPF apenas para pessoas mais próximas, de confiança. Aliás, nem é necessário cadastrar o CPF como chave. As pessoas podem utilizar as demais opções, como e-mail, telefone celular e chave aleatória, que não expõem um dado tão importante quanto o CPF nas transações.
Por fim, os criminosos podem aplicar diversos golpes através do CPF, como a celebração de contratos no nome da pessoa, que pode gerar um grande prejuízo financeiro. Para não ter dor de cabeça futura, não use o CPF como chave PIX. Caso você já tenha uma chave com o documento, faça a sua exclusão e crie outra chave.