O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) iniciou nesta terça-feira (31) a penúltima reunião de 2023 para definir a taxa de juros no Brasil. O encontro de dois dias se encerrará amanhã (1º), com o anúncio da decisão do comitê.
Em resumo, o Copom se reúne a cada 45 dias para definir os rumos da política monetária do Brasil. Essa decisão é muito importante, pois impacta diretamente a inflação no país, bem como a atividade econômica. Tudo isso influencia no poder de compra da população, que pode ver seu dinheiro valer mais ou menos, a depender da decisão tomada.
Os analistas do mercado financeiro acreditam que a taxa básica de juro da economia brasileira, a Selic, sofrerá o terceiro corte seguido nesta reunião. A saber, o Copom reduziu em 0,50 ponto percentual (p.p.) os juros no país no início de agosto, e tomou a mesma decisão em setembro.
Caso a previsão dos analistas se confirme, a Selic sofrerá um novo corte de 0,50 p.p. e passará de 12,75% para 12,25% ao ano. Aliás, essa redução se mostra unânime no mercado, até porque o Copom já informou que manterá esses cortes até o final do ano.
Em outras palavras, a última reunião do comitê em 2023, que acontecerá em dezembro, também deverá ficar marcada por um corte de 0,50 p.p. Logo, a expectativa é que a taxa Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano.
O principal objetivo do Copom ao reajustar a Selic é impactar a inflação no país. Em suma, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor. Como consequência, desaquece a economia do país, limitando o avanço da chamada “inflação por demanda”.
Quando a Selic sobe, encarece o crédito, reduzindo a busca das pessoas por empréstimos. Dessa forma, o consumo tende a diminuir, uma vez que a população passa a ter menos dinheiro em mãos.
Como a demanda diminui, os preços começam a cair, desacelerando a inflação, mas isso só acontece com o tempo. Inclusive, o BC elevou 12 vezes consecutivas a taxa de juros no Brasil entre 2021 e 2022, fazendo a taxa Selic atingir o maior patamar desde 2016. Esse foi o maior ciclo de alta de juros da história do país.
Entre 2022 e 2023, o Copom manteve a Selic estável, uma vez que a inflação vinha desacelerando no país, mas ainda preocupava. Isso mudou em agosto, quando o comitê reduziu os juros, acreditando que a nova taxa não impediria a desaceleração da taxa inflacionária, e isso se confirmou. Logo, o Copom seguiu reduzindo a taxa Selic em 0,50 p.p. nas últimas reuniões.
Em síntese, uma inflação controlada traz diversos benefícios para a economia brasileira, como:
Nos últimos meses, a inflação perdeu bastante força no país. Inclusive, os analistas estão bem mais otimistas, reduzindo cada vez mais as estimativas para a taxa inflacionária em 2023. Por isso que a expectativa é que o Copom reduza a taxa de juros nesta semana.
A saber, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define uma meta central para a inflação do país todos os anos. Diante desse dado, o BC age para cumprir a meta definida, pois a inflação controlada traz diversos benefícios para o país.
Para 2023, o CMN definiu uma meta central de 3,25% para a inflação, mas essa taxa pode variar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque a entidade também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa inflacionária, para cima e para baixo.
Isso quer dizer que a inflação terá sido cumprida se ela variar entre 1,75% e 4,75% em 2023, mesmo que não alcance a meta central de 3,25%. Segundo os dados mais recentes, os analistas do mercado financeiro acreditam que o Brasil terá uma inflação de 4,65% em 2023.
Caso isso se confirme, o país conseguirá cumprir a meta da inflação pela primeira vez em três anos. A propósito, o país estourou a meta da inflação em 2021 e 2022, principalmente por causa dos gastos feitos pelo governo federal para combater os impactos da pandemia da covid-19.