O consumo de energia no Brasil cresceu 12,8% no segundo trimestre do ano, o que demonstra um crescimento considerável em relação ao mesmo período em 2020. A informação foi confirmada pelo Boletim Trimestral de Consumo de Eletricidade.
Segundo o relatório, este forte crescimento tem muito a ver com a baixa base de comparação, considerando que o segundo trimestre de 2020 foi o mais afetado pela Covid-19.
A indústria foi responsável por incentivar o consumo de energia, onde o crescimento foi de 22,3%, representando a quarta alta consecutiva. O dado acompanha a lógica do IBGE, que aponta um crescimento industrial de 23% no período.
A principal contribuição do segmento industrial neste período veio a partir da fabricação de veículos, reboques e carrocerias, com um aumento de 213%, superando diversos problemas como a dificuldade para a obtenção de semicondutores.
Logo em seguida aparecem os setores de máquinas e equipamentos (69%), metalurgia (61%), com produtos minerais (19%). Na análise do contexto econômico foi constatado que houve uma forte evolução econômica neste último trimestre, fruto da flexibilização da pandemia.
Os três setores, industrial, comercial e residencial apresentaram um aumento de consumo em todas as regiões do país. O boletim destaca que o país ainda não voltou ao seu consumo normal, como antes da pandemia.
A geração de fontes também cresceu. As usinas hidrelétricas registraram uma alta 4,1%, térmicas 36,1%, parques eólicos com 37,8%, além de fazendas solares com energia fotovoltaica com 15,7%.
O que justifica o aumento das térmicas e eólicas frente às hidrelétricas é o reflexo da crise hídrica, que representa níveis baixos nos reservatórios, referente à maior crise hídrica do país nos últimos 91 anos.
O Ministério das Minas e Energia divulgou uma nota em junho deste ano que determina a redução mínima nas usinas hidrelétricas de Jupiá e Porto Primavera, ambas localizadas no Rio Paraná, divisas entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. A medida busca evitar possíveis apagões por conta da seca e dos baixos níveis apresentados em reservatórios.
O crescimento do consumo também foi observado em todos os estados do país. Amazonas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo foram os estados que apresentaram maior alta de consumo, com percentuais respectivos de 15% a até 21%. O único estado que apresentou uma queda no consumo foi o Maranhão, com baixa de -1%.
Os 15 ramos das atividades econômicas foram monitorados pela CCEE e que também apresentaram altas nos últimos meses. O destaque vai para o setor têxtil, que teve um aumento de 87% em seu consumo, seguido por veículos com 54,4%.
Para a próxima fatura da conta de energia, os brasileiros já esperam um aumento no seu consumo, visto que a Aneel aprovou uma nova bandeira tarifária, referente à crise hídrica, com maiores custos para cada 100 kWh gastos, em comparação à bandeira vermelha.