O consumo nos lares brasileiros acabou crescendo 2,26% somente nos primeiros dois meses do ano, representando um aumento considerável em relação ao ano passado, de acordo com os dados que foram repassados pela Associação Brasileira de Supermercados.
No comparativo com fevereiro de 2021, o crescimento foi de 3,98%. No comparativo com janeiro, o indicador apresentou um recuo de 0,90%. Segundo a Abras, o motivo que explica essa queda é um menor número de dias em fevereiro quando comparado com o mês anterior.
O início do ano marcou um crescimento positivo, ainda que em um ritmo moderado. O indicador de consumo das famílias corresponde ao grau de estimativa do setor de mercados, prevendo uma alta de 2,80% até o final do ano. Desse modo, o consumo das famílias nos primeiros dois meses do ano foi positivo, ainda que tenhamos mais um ano de inflação alta.
Um dos fatores que tem contribuído para a manutenção do consumo das famílias é a consolidação dos programas de transferência de renda através de programas sociais, bem como o Auxílio Brasil. A Abras ressalta que o cenário no primeiro bimestre do último ano era bem mais instável e o consumidor estava na incerteza dos pagamentos do Auxílio Emergencial.
Neste ano, desde o mês de fevereiro, está ocorrendo o pagamento do benefício extraordinário, o Auxílio Brasil. Esse dinheiro é certo para pelo menos 18 milhões de famílias em todo o país até o final do ano, trazendo mais segurança ao consumidor na hora de realizar as compras habituais.
A Abras estima que com o Saque do Fundo de Garantia (FGTS), haverá uma liberação de R$ 30 bilhões para um total de 42 milhões de pessoas e que irá contribuir para o aumento do consumo. O saque extraordinário do FGTS será de até R$ 1.000 para cada contribuinte que tiver uma conta ativa ou inativa no Fundo.
O AbrasMercado classifica cerca de 35 produtos de largo consumo, afirma que houve um aumento no consumo de 1,33% em fevereiro no comparativo com o mês anterior. Dessa forma, o preço da média nacional salta dos R$ 709,63 do mês de janeiro para R$ 719,06 que foi registrado em fevereiro.
No acumulado dos últimos 12 meses, a cesta nacional registra uma alta de 13,53%, que inclusive é maior do que a inflação acumulada do ano. Segundo o que foi revelado pela Abras, as maiores altas em fevereiro foram puxadas pela batata (aumento de 23,49%) e feijão (4,77%).
Entre as regiões que tiveram maior variação em relação ao consumo nas últimas semanas, o Sudeste é quem aparece na primeira posição em relação ao aumento do preço da cesta, registrando uma alta de 1,58%, saltando de R$ 689,11 para R$ 700,00 em fevereiro. A segunda maior variação ficou para a Região Centro-Oeste, com um aumento de 1,57%.