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Consignado pode ter impacto maior se valor do Auxílio cair

O Governo Federal já abriu oficialmente o período de solicitação do consignado do Auxílio Brasil. Desde a última semana, milhares de usuários do programa já fizeram a solicitação e devem começar a receber as parcelas do projeto com descontos já a partir de novembro. Outros ainda estão reticentes e esperam mais um pouco para entender as condições do processo.

Para quem ainda está em dúvida, é importante ter em mente que existe a possibilidade de o Auxílio Brasil ter uma queda de valor. Embora Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) prometam manter o saldo dos dois programas em R$ 600 no próximo ano, ainda não há nada confirmado neste sentido. Pelo contrário, oficialmente o que dá para adiantar é que o saldo vai cair para R$ 405 a partir de 2023.

Mas o que isto impacta no consignado? Em regra geral, este crédito pode comprometer até 40% do valor mensal do programa. O patamar base utilizado para este cálculo é o de R$ 400, e não de R$ 600. Assim, todos os meses os cidadãos que solicitaram o empréstimo podem ter um desconto de 40% de R$ 400 até que consiga quitar a dívida contraída.

Hoje, considerando que os cidadãos ganham um patamar mínimo de R$ 600, é possível dizer que quem pega o consignado passa a receber R$ 240, que indicam os 60% de R$ 400, mais os R$ 200 do Auxílio Emergencial extraordinário. No final das contas, mesmo uma pessoa que solicita o consignado passa a receber mensalmente, no mínimo, R$ 440.

Contudo, considerando um cenário em que o Auxílio Brasil caia para um patamar de R$ 405 a partir de janeiro, o cenário muda. Neste caso, o cidadão que perde 40% por mês do programa, passaria a receber mensalmente apenas R$ 240 e nada mais. Afinal de contas, nesta situação, o Governo não pagaria os R$ 200 adicionais, e os abatimentos aconteceriam da mesma forma.

Consignado em caso de exclusão

Outro ponto importante também deve ser levado em consideração pelos usuários do Auxílio Brasil, antes da solicitação do consignado. Caso ele seja excluído ou suspenso do benefício, a dívida não some, e ele vai ter que continuar pagando o saldo.

Neste caso, o consignado se transforma em um empréstimo comum. Assim, o cidadão vai ter que tirar dinheiro do bolso para bancar a despesa todos os meses, em um cenário de dificuldade financeira, já que o indivíduo deixou de receber o Auxílio Brasil.

Note ainda que no documento que regulamenta o benefício, o Governo Federal indica que não se responsabiliza pela dívida. Assim, se o cidadão solicitou o dinheiro, a responsabilidade pelos pagamentos será apenas do cidadão.

Candidatos reforçam promessa

Na noite deste domingo (16), a TV Bandeirantes realizou o primeiro debate de segundo turno entre os candidatos a presidência do país. Na ocasião, o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Lula (PT), indicaram que devem manter o Auxílio na casa dos R$ 600.

Esta é uma promessa que já está sendo feita pelos dois candidatos desde o primeiro turno, e que foi ratificada pelos dois no debate. De toda forma, nenhum dos dois oficializou esta mudança ainda. Neste sentido, uma dica importante para o usuário é esperar até depois das eleições, para ter mais clareza sobre o futuro do projeto social.