O Governo Federal ainda não bateu o martelo sobre os valores médios de pagamentos do novo Bolsa Família. O texto da Medida Provisória (MP) do programa, no entanto, está no Congresso Nacional. Dessa forma, alguns parlamentares estão tentando inserir emendas no texto original. O objetivo é mesmo alterar as informações.
De acordo com dados oficiais, os parlamentares apresentaram mais de 400 emendas para esta MP. A grande maioria absoluta delas fala sobre a questão do valor. Uma em particular chama muita atenção. É que a ideia dela é estabelecer uma média de pagamentos do novo programa para a casa dos R$ 1200 em alguns casos.
Isso seria um grande aumento em relação ao que se tem hoje. De acordo com o Ministério da Cidadania, atualmente o Bolsa Família faz pagamentos médios de R$ 189. A ideia do Governo até aqui é subir esse patamar para a casa dos R$ 300. Quem apresentou a emenda para subir para R$ 1200 foi a Deputada Federal Rejane Dias (PT-PI).
“A pessoa provedora de família monoparental receberá, mensalmente, duas cotas do Auxílio Brasil”, disse a parlamentar. Nesta mesma emenda, ela estabelece que as mulheres que sofrem com violência doméstica também recebam as duas cotas do benefício. Pelo menos essa é a ideia da deputada.
Rejane Dias, no entanto, não deixa muito claro a origem desse dinheiro. Se imagina que não estejamos falando de um montante muito pequeno. Um Auxílio de R$ 1200 seria maior até do que um salário mínimo atualmente. De acordo com analistas, as chances de uma ideia dessas passar no Congresso Nacional são quase nulas.
Recentemente, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) disse em entrevista que o valor médio do novo Bolsa Família não vai subir muito. Ele criticou essa história que o benefício vai ter um patamar de R$ 400 nos novos pagamentos.
Se ele disse isso, então nem é preciso perguntar o que ele acha de uma elevação de valor para a casa dos R$ 1200. O mais provável portanto é que essa ideia da parlamentar acabe não encontrando respaldo entre a maioria dos seus colegas no Congresso.
Membros do grupo político conhecido como Centrão, no entanto, estão fazendo pressão no Governo para que o aumento seja maior do que essa elevação para R$ 300. O poder executivo ainda não bateu o martelo sobre essa informação. Pelo menos não até agora.
A ideia do Governo Federal segue sendo começar os pagamentos do novo Bolsa Família a partir do próximo mês de novembro. Então o programa acabaria entrando em cena um mês depois do fim dos repasses do Auxílio Emergencial.
De acordo com o Ministro da Economia, Paulo Guedes, a ideia é justamente fazer com que uma parte dos usuários do Auxílio Emergencial acabe migrando para o novo Bolsa Família. No entanto, isso só serviria para apenas uma parcela dos usuários.
O Governo afirma que vai dar mais detalhes sobre os valores e a quantidade de usuários do novo Bolsa Família a partir do final do próximo mês de setembro. Até lá o que resta para os usuários é esperar por essa definição.