Saber lidar com a rejeição não é a tarefa mais simples. Afinal, “de fato, a ruptura de um laço amoroso provoca um estado de choque semelhante àquele que é induzido por uma violenta agressão física.” (Nasio, 1997, p. 25).
Só quem sente a dor da rejeição sabe o quanto os impactos psicológicos podem ser intensos, perpassando diversos contextos de nossas vidas.
Entretanto, como lidar com este tipo de situação? Como superar uma perda, seja ela amorosa ou de amizade? Vamos discutir sobre este assunto em nosso artigo de hoje.
Lidar com a rejeição é essencial para evitar que a dor da perda não deixe de ser vivida e, dessa forma, crie uma espécie de “máscara” sobre a personalidade de quem viveu o a frustração.
Por isso, parafraseando o que é trazido pelo psicanalista Nasio, em seu livro intitulado como “O Livro da Dor e do Amor”, uma dor pode ser gasta a partir de palavras e lágrimas, ou seja, a partir da vivência do “luto” que ela pode gerar na pessoa que vive a rejeição.
Portanto, o primeiro passo será reconhecer que a ferida se instaurou, observando-a e sentindo os impactos que ela pode gerar em você. Esse processo faz parte do autoconhecimento e do desenvolvimento da inteligência emocional do sujeito.
Acobertar a dor da rejeição seria como se deixássemos para sentir a dor mais tarde, quando um segundo episódio surgir e aumentar a sensação de incapacidade, solidão e tristeza.
Justamente por conta disso que profissionais da saúde sempre alertam sobre a importância de lidar com nossos sentimentos, afinal, quando simplesmente “deixamos de lado” uma dor, quando ela se repete, ela pode vir duas vezes mais forte, trazendo à tona a dor do passado e a do presente.
Quando não resolvemos algo internamente, deixando de nomear a dor em palavras e deixando de falar sobre elas, tendemos a “guardá-las” em nosso inconsciente.
Mais tarde, essa mesma dor pode “escorregar” para o físico, desenvolvendo o que chamamos de psicossomatização, isto é, quando uma questão psicológica aparece no corpo, como por exemplo: em forma de enxaqueca, dores musculares, dificuldade para falar, insônia, hipersonia, estresse, crises de ansiedade, etc.
De todo modo, algumas medidas podem ser consideradas diante de uma rejeição para, dessa forma, lidar com ela. Já vimos que falar e até mesmo chorar por conta da dor é um caminho, porém, não é o único. Veja:
Assim como falar sobre a dor é imprescindível para lidar com a rejeição, se perdoar também é importante. Afinal, costumamos achar que tudo é por nossa culpa, e às vezes as questões da outra pessoa podem ter feito a falta de compatibilidade acontecer, ocasionando a rejeição.
No momento da rejeição tendemos a ver apenas nossos defeitos e pontos negativos. Com isso, achamos que a rejeição pauta-se no fato de que somos insuficiente em tudo, o que não é verdade.
Portanto, comece a mentalizar e pensar sobre seus pontos fortes, pratique o autocuidado e procure desenvolver o seu amor-próprio.
A psicoterapia pode lhe auxiliar a lidar com a rejeição ao fazer com que você reconheça os seus limites e perceba que tudo bem nada estar sempre bem. Além disso, reconhecer as suas forças é importante para se reerguer diante da situação.
Por fim, lembre-se que nada é para sempre, e que as pessoas, gostos e sonhos mudam a todo momento. E mais do que isso: todo mundo já foi ou será rejeitado um dia. Cabe a você aprender a lidar com a rejeição entendendo-a como algo que faz parte da vida.