O 5G chegou no Brasil de verdade em 2022 e a expectativa é que o acesso a nova tecnologia cresça ao longo dos próximos anos. Para isso, não será necessário apenas smartphones adaptados à tecnologia, mas também a expansão da infraestrutura de telecomunicações – principalmente de antenas 5G – para que a conexão possa ser feita.
Em linhas gerais, a infraestrutura 5G é composta por micro e macro antenas com recursos e tecnologia de ponta, o que vai requerer quantidades significativas de fibra óptica para interligar uma rede totalmente nova e segregada das anteriores. Além da maior quantidade, as antenas estarão separadas a apenas centenas de metros (e não mais quilômetros) uma das outras, logo, serão em breve figuras familiares na paisagem urbana.
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Uma antena 5G é composta, basicamente, por uma torre com um transmissor de rádio na ponta. Ela pertence ou é operada pelo proprietário da rede, ou seja, as operadoras e provedores que venceram o leilão das frequências da nova tecnologia. De acordo com o Grupo Prysmian, a estrutura tem até 60 metros de altura, o que é comparável a uma torre de controle em aeroportos ou a um prédio de 20 andares. Em algumas partes da Europa, no entanto, elas são limitadas a 50 pés de altura, cerca de 15 metros.
São semelhantes às do 3G e 4G e estas tecnologias podem, inclusive, compartilhar a mesma torre. A diferença é que as aplicações mais avançadas do 5G requerem uma largura de banda muito ampla e conectividade constante.
Mas para atingir um bom nível de desempenho utilizando frequências menos abrangentes, as antenas 5G precisam ser colocadas muito mais próximas umas das outras para garantir a cobertura.
Até então, as estruturas 4G estavam separadas a quilômetros uma das outras. A partir de agora, é preciso chegar ainda mais próximo da malha urbana e, consequentemente, do usuário. Esse movimento levanta questionamentos sobre o potencial impacto das antenas aos seres humanos e ao meio ambiente.
Os questionamentos partem da preocupação com o uso de frequências de banda mais altas, bem como o maior número de pontos de acesso, o que supostamente tornaria o 5G prejudicial às pessoas. Há também receios quanto aos níveis de radiofrequência e radiação eletromagnética emitidos por telefones celulares e torres de telefonia móvel. Mesmo que baixos, eles supostamente poderiam aumentar o risco de câncer e contribuir para demência, infertilidade e autismo.
Estudos científicos têm comprovado que não há razões concretas para nos preocupar. Em março de 2020, a Comissão Internacional de Proteção contra Radiação Não Ionizante (ICNIRP, na sigla inglês), órgão científico sediado na Alemanha que avalia os riscos à saúde pelas transmissões de rádio, afirmou categoricamente que o 5G é seguro.
Em 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o uso de telefones celulares não causava efeitos adversos à saúde por conta da radiação eletromagnética envolvida no uso e funcionamento dos aparelhos.
Moradores de Palo Alto, na Califórnia (EUA), queixaram-se recentemente do ruído emitido pelas torres de 5G instaladas próximas às casas deles. Além disso, no início de 2022, havia o receio do setor aéreo norte-americano de que as antenas 5G próximas aos aeroportos poderiam se tornar um perigo à aviação.
Esse receio chegou a impactar a instalação dessa tecnologia perto a aeroportos nos Estados Unidos. Por sua vez, as operadoras sem fio e os órgãos reguladores das telecomunicações americanas responderam que não há riscos de segurança envolvendo o 5G e a operação dos aviões na implantação da nova rede.
Já o impacto do 5G ao meio ambiente ainda está sendo debatido por acadêmicos de todo o mundo. Quem defende a tecnologia afirma que os benefícios do 5G permitirão digitalizar e tornar mais eficientes diversos processos, ajudando a reduzir as emissões dos gases que provocam o efeito estufa.
Os críticos, por outro lado, afirmam que a produção de tecnologia necessária para implantar a nova rede aumentará os gases de efeito estufa. Como se pode notar, mais pesquisas serão necessárias para encontrar respostas mais concretas.