Em muitos editais de concursos públicos, especialmente aqueles relacionados à segurança pública, justiça e áreas afins, uma etapa frequentemente exigida é a avaliação psicológica. Essa fase eliminatória do processo seletivo visa determinar se o candidato possui as características psicológicas necessárias para desempenhar as funções do cargo pretendido. Embora essencial, essa avaliação ainda gera dúvidas e questionamentos entre os concurseiros.
A avaliação psicológica em concursos públicos é um processo sistemático e científico que visa identificar se os aspectos psicológicos de um candidato são compatíveis com o perfil profissional exigido para o cargo em questão. Conforme definido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) na Resolução nº 002/2016, essa etapa envolve o levantamento e a síntese de informações com base em procedimentos científicos.
O objetivo principal dessa avaliação não é rotular o indivíduo como “normal” ou “anormal”, mas sim determinar se ele possui as características comportamentais, emocionais e cognitivas necessárias para exercer as atividades inerentes à função pretendida. Dessa forma, a avaliação psicológica busca garantir que os candidatos aprovados estejam aptos a lidar com as demandas e desafios do cargo, contribuindo para um desempenho profissional seguro.
Embora a avaliação psicológica possa ser exigida em diversos concursos públicos, ela é mais comumente encontrada em certames para cargos relacionados à segurança pública, como:
Além disso, concursos para carreiras jurídicas, como juízes, promotores e defensores públicos, também costumam incluir essa etapa em seus processos seletivos.
Durante a avaliação psicológica em concursos públicos, diversos aspectos são analisados para determinar se o candidato está apto ou inapto para o cargo pretendido. Alguns dos principais aspectos avaliados incluem:
Esses aspectos são avaliados por meio de uma variedade de testes psicológicos aprovados pelo CFP e disponíveis no Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI). Entre os testes comumente utilizados estão os de atenção, concentração, personalidade e inteligência.
O CFP aprova e regulamenta mais de 9 mil testes psicológicos que podem ser utilizados em avaliações para concursos públicos. Esses testes são cuidadosamente selecionados pelas bancas organizadoras, de acordo com o perfil profissiográfico do cargo em questão.
Alguns dos testes mais comuns utilizados nessas avaliações incluem:
Esses testes avaliam a capacidade do candidato de manter o foco e a atenção por longos períodos, bem como sua habilidade em lidar com distrações e tarefas simultâneas.
Instrumentos como o Inventário Fatorial de Personalidade (IFP) e o Teste Palográfico são amplamente utilizados para avaliar traços de personalidade, como extroversão, neuroticismo, abertura à experiência, entre outros.
Esses testes avaliam a capacidade do candidato de resolver problemas, aplicar o raciocínio lógico e lidar com situações que exigem pensamento crítico.
Instrumentos como o Teste de Apercepção Temática (TAT) e o Teste de Relações Objetais (TRO) são utilizados para avaliar aspectos inconscientes da personalidade, como mecanismos de defesa e conflitos emocionais.
É importante ressaltar que esses testes são aplicados e interpretados por psicólogos devidamente capacitados e credenciados.
Caso um candidato se sinta prejudicado ou discorde do resultado da avaliação psicológica, ele tem o direito de contestar essa decisão. O primeiro passo é entrar com um recurso administrativo junto ao órgão responsável pelo concurso público.
Nesse processo, uma nova banca de psicólogos, diferente da que realizou a avaliação inicial, irá analisar os resultados dos testes e as informações do candidato. Caso o resultado seja mantido, o candidato ainda pode recorrer judicialmente, buscando uma revisão por meio do sistema judiciário.
É importante ressaltar que a contestação dos resultados deve ser fundamentada e baseada em evidências concretas, uma vez que as avaliações psicológicas são realizadas por profissionais qualificados e seguem critérios estabelecidos pelo CFP.
Estar bem preparado física e mentalmente é fundamental para obter um bom desempenho na avaliação psicológica em concursos públicos. Aqui estão algumas dicas valiosas para se preparar adequadamente:
Nos dias que antecedem a avaliação, é essencial garantir um sono reparador e evitar a privação de sono. Dormir bem nas duas noites anteriores ao teste pode melhorar significativamente o desempenho cognitivo e a capacidade de concentração.
É recomendado evitar o consumo de álcool nas 48 horas anteriores à avaliação, bem como abster-se de outras substâncias que possam afetar o desempenho mental e físico.
Comparecer à avaliação em boas condições de saúde é fundamental. Evite realizar o teste se estiver doente, com febre ou sintomas que possam comprometer seu desempenho.
Exercícios físicos regulares e técnicas de relaxamento, como meditação ou ioga, podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar o foco mental antes da avaliação.
Familiarize-se com o perfil profissiográfico do cargo pretendido, compreendendo as habilidades e características necessárias para o desempenho adequado das funções. Essa compreensão pode ajudar a direcionar sua preparação.
Realizar simulados e treinar com testes psicológicos semelhantes aos utilizados em concursos públicos pode ser benéfico para se familiarizar com o formato e desenvolver estratégias de resolução.
Lembre-se de que a determinação, o esforço e a preparação adequada são fundamentais para obter sucesso na avaliação psicológica em concursos públicos. Mantenha-se confiante, concentrado e fiel aos seus objetivos profissionais.