Educação

Como estudar no exterior com o Real desvalorizado

O sonho de estudar no exterior continua em alta. A pandemia da Covid-19 fez com que alguns adiassem os planos, mas, agora, a abertura das fronteiras dos principais destinos criou o momento ideal para realizar ou retomar os planos de fazer cursos ou mesmo uma graduação fora do Brasil. 

Uma pesquisa da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta) apurou que em 2019 o setor movimentou US$ 1,3 bilhão (perto de R$ 7,1 bilhões), com a viagem de 386 mil estudantes brasileiros.

Em 2020, a Belta divulgou um levantamento sobre o impacto da Covid-19 sobre os intercâmbios. Com fronteiras fechadas, a associação constatou que os estudantes mantinham o otimismo e estavam apenas adiando os planos, já que desejavam aulas presenciais e o convívio com pessoas de diferentes países.

Os brasileiros procuram o exterior com os seguintes objetivos: curso de idiomas (de um mês ou entre quatro e seis meses de duração); curso de idioma com trabalho temporário; Ensino Médio (High School) e curso profissional com certificado ou diploma.

Em tempos de dólar nas alturas, como fazer para realizar o sonho de um curso ou graduação no exterior e não transformar tudo isso em um enorme pesadelo?

“Para quem deseja estudar no exterior, seja um intercâmbio, curso de verão, curso de idiomas ou graduação em faculdades, além de muitos desafios, existem gastos como: visto do país, moradia, alimentação, transporte, saúde, mensalidade do curso, entre outros. Pesa sobre todas essas despesas a desvalorização do real frente à moeda estrangeira, como um grande obstáculo que pode inviabilizar os planos. Por isso, é fundamental pesquisar os custos de cada país, os idiomas envolvidos e conectar os estudos com oportunidades de trabalho como forma de amenizar as despesas em moeda local”, aconselha Anderson Souza Brito, especialista em câmbio da Revhram.

Brito aponta que o cartão de crédito internacional ou o cartão pré-pago em moeda estrangeira oferecem maior controle dos gastos e facilidade de realizar despesas no exterior.

“Se o estudante for menor de idade ou depende dos pais para custeá-lo, o cartão é uma maneira de facilitar o monitoramento dos gastos dos filhos, uma vez que o saldo pode ser controlado e consultado de forma on-line”, disse. Contudo, ele lembra que é possível amenizar os custos em moedas estrangeiras, por meio de operações cambiais mais vantajosas. “É possível realizar periodicamente remessas ao exterior para pagamento de cursos de graduação, de idioma, intercâmbio e custear as despesas mensais. Isso evita também que o estudante corra o risco de manusear moedas em espécie e perder seu cartão na viagem. Essa forma de remessa traz uma grande economia para a pessoa que está pagando os estudos”, completa Brito.

O especialista em câmbio explicou que tal economia vem da incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de crédito, seguro, câmbio e operações relacionadas a títulos e valores mobiliários.

“O percentual do imposto depende da natureza da operação. Para compra de moeda estrangeira, o percentual de IOF é de 1,10%. Para compras relacionadas a cartões de crédito e pré-pagos, o percentual do IOF é de 6,38%. Para transferências internacionais para conta de mesma titularidade, o percentual de IOF é de 1,10% e para conta de terceiros e manutenção de residentes e estudantes, o IOF é de 0,38%”.  

Ele explicou a diferença e a economia que pode ser obtida nas negociações. “Como dá para notar é muito mais vantajoso fazer uma remessa internacional para a conta do estudante, uma vez que, já de início, o IOF é muito menor”.

Operação

Brito explicou como enviar dinheiro para alguém que está no exterior. De acordo com ele, nas remessas internacionais para manutenção de residente, isso é feito na conta corrente do próprio estudante. Já os envios para o pagamento de cursos são realizados na conta da própria instituição de ensino.

“Para tanto, é necessário efetuar o cadastro da pessoa responsável que vai custear todos os gastos do aluno no exterior junto a uma instituição financeira autorizada para realizar essas operações de câmbio. O recurso é originado pela pessoa que está arcando com as despesas do estudante, com um controle muito eficaz”, disse.

Outra dica importante é que o estudante pode abrir uma conta corrente numa instituição bancária local no país em que ele esteja estudando.

“Importante que esse item esteja vinculado à programação do aluno, para que possa facilitar o recebimento dos recursos em sua própria conta. No caso de menores de idade, geralmente os alunos ficam em alojamentos da própria instituição, desse modo, os pagamentos devem ocorrer direto para a instituição de ensino”, afirmou.

O especialista em câmbio destacou que geralmente existe a necessidade de se obter uma carta da instituição de ensino na qual o aluno esteja matriculado para conseguir realizar a abertura da conta.

“Dessa forma, o responsável financeiro poderá efetuar periodicamente remessas internacionais para o estudante, obtendo uma grande economia. Essas regras são válidas para qualquer país, pois estão atreladas à natureza da operação”, disse.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Revhram.

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