O banco Santander planeja realizar um leilão de imóveis com preços até 56% inferiores às avaliações de mercado. Segundo o banco, é possível obter financiamento de até 420 meses e utilizar o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na aquisição.
Estão disponíveis 57 unidades, incluindo casas, apartamentos, terrenos e salas comerciais. Os interessados no leilão de imóveis podem enviar lances até segunda-feira, 3 de julho, às 15h, por meio da plataforma Superbid Exchange ou pelo portal do Santander.
Os imóveis estão localizados em diferentes regiões do Brasil. Por exemplo, no Rio de Janeiro, um apartamento de 178 metros quadrados (m²) está disponível a partir de R$ 254,8 mil. Em Niterói, há uma casa com 486 m² recebendo ofertas a partir de R$ 495,9 mil.
Para os interessados, é fundamental ler atentamente:
É importante ressaltar que, caso a unidade esteja ocupada, o arrematante será responsável pela desocupação.
A quinta reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central foi concluída em 2023. Ademais, a taxa de juros básica foi mantida em 13,75% pela sétima vez consecutiva.
A taxa alta é justificada pelo Banco Central com base nos números da inflação, provavelmente que se excederão da meta estabelecida para 2023. Conquanto, o setor empresarial e o Governo Federal fazem pressão na instituição para reduzir a taxa e impulsionar a economia.
Devido ao encarecimento do crédito, o setor de construção civil certamente é um dos mais impactados. Mas, é válido questionar se compensa para os consumidores entrarem no financiamento agora.
Pedro Tenório, economista do DataZap+, explicou que a taxa Selic impacta significativamente na aquisição de imóveis, uma vez que afeta o custo das operações de empréstimo, incluindo os financiamentos imobiliários. O aumento observado no último ano também resultou no aumento das taxas de juros dos financiamentos imobiliários, afetando o desejo de compra dos brasileiros.
Além disso, o mercado leva em consideração outros aspectos relacionados à perspectiva da inflação futura, bem como às políticas fiscais brasileiras. Assim, consegue determinar uma determinada taxa para financiamentos de longo prazo.
Ricardo Schweitzer, CEO da consultoria Ricardo Schweitzer, explicou que a formação de taxas para longo prazo, que afetam principalmente os financiamentos imobiliários, depende das expectativas da inflação futura. Conquanto, depende também dos resultados de políticas fiscais, que refletem o aumento sustentável ou não das dívidas públicas.
Ele reforçou que a Selic é um dos principais instrumentos da política das metas da inflação. Ao trabalhar para a manutenção da inflação nos níveis adequados, o Banco Central direciona as expectativas de agentes do mercado com relação à inflação futura. Com isso, reduz as incertezas em se tratando do retorno real de taxas prefixadas a longo prazo, que são referências para o financiamento imobiliário.
A expectativa da queda da Selic em agosto foi frustrada por conta da decisão do Copom, que não indicou nenhuma redução no curto prazo. Considerando todos esses pontos, surge a dúvida se vale a pena para o consumidor que sonha em adquirir a casa própria entrar em um financiamento neste momento.
Marcela Kasparian, sócia fundadora da Semeare Investimentos, acredita que as taxas podem diminuir caso o Copom reduza os juros. Contudo, destaca que isso não deve ser o único fator de atenção para os consumidores nesse momento.
Ela afirmou que o valor do imóvel é o principal elemento a ser considerado ao decidir se é vantajoso ou não financiar atualmente. Isso porque, mesmo com uma taxa elevada no financiamento atual, é possível fazer a portabilidade para uma taxa mais atrativa no futuro.
Tenório aponta que a expectativa para os preços dos imóveis neste ano é de desaceleração, com aumentos graduais. Ele afirma que um reaquecimento desse mercado só ocorrerá quando a taxa Selic se aproximar de 10% ao ano. Em sua visão, se o ciclo de redução na taxa de juros começar apenas no final de 2023, o aumento na dinâmica do mercado imobiliário e nos preços também será adiado para o próximo ano.