Devido a atual pauta de privatização da Petrobras, o Brasil vem entrando em um cenário de mudanças constantes no preço dos combustíveis. De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgados nesta ontem (3), os preços da gasolina e do diesel recuaram nos postos na última semana.
Segundo a pesquisa, o preço médio do litro da gasolina passou de R$ 7,252 para R$ 7,218, este valor resulta em uma queda de quase 0,5%. É o menor valor da gasolina desde a primeira semana de abril. O maior valor encontrado foi de R$ 8,490, enquanto o menor foi de R$ 6,180.
De acordo com dados da pesquisa, o litro do diesel caiu de R$ 6,918 para R$ 6,882, o que representa uma redução de 0,6%. Esta já é a segunda queda seguida no ano. Na semana anterior, o preço do combustível havia atingido um patamar recorde de R$ 6,943, o maior valor nominal desde que a ANP passou a fazer levantamento semanal de preços, em 2004.
Nesta semana, o maior valor encontrado pela ANP para o diesel foi de R$ 8,300, enquanto o menor foi R$ 6,190. Por fim, o valor médio do etanol passou de R$ 5,186 o litro para R$ 5,083, queda de 2%. O etanol também tem o menor valor desde abril. No posto mais caro pesquisado pela agência, custava R$ 7,900. No mais barato, R$ 4,070.
O CPPI (Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos) aprovou ontem (2) resolução que recomenda a edição de um decreto pelo presidente Jair Bolsonaro. Este decreto tem como intuito permitir o início de estudos sobre a privatização da Petrobras.
A inclusão oficial da Petrobras no PPI só pode ser feita depois do decreto.
O comitê interministerial, formado pelos Ministérios da Economia e de Minas e Energia, se encarregará dos estudos, tanto sobre a privatização da Petrobras como sobre a venda dos contratos da PPSA. A PPSA é a estatal que gere a comercialização do petróleo extraído da camada pré-sal
Apesar de o governo não confirmar prazos para uma eventual privatização da Petrobras, o secretário informou que a venda da companhia para a iniciativa privada estimula o investimento privado. E isso se dá em um momento em que o planeta passa por uma transição energética. Ele também avaliou que uma possível privatização aumentaria a competitividade.
“Desde a década de 1940, quando se decidiu por um modelo estatal, concentrou-se o setor de petróleo em uma empresa. Ao longo dos estudos, vamos verificar como o aumento de competição poderá acontecer. O importante é, com 70 anos de atraso, conseguirmos propiciar um ambiente competitivo”, comentou Mac Cord.
A atual disparada dos preços dos combustíveis ocorre em meio à forte alta nos preços internacionais do petróleo após a Rússia ter invadido a Ucrânia, impactados pela oferta limitada frente à demanda mundial por energia.
Desde 2016, a Petrobras adotou o chamado PPI (Preço de Paridade de Importação), após anos praticando preços controlados, sobretudo no governo Dilma Rousseff. O controle de preços dos combustíveis era uma forma de mitigar a inflação, mas causou grandes prejuízos à petroleira. De acordo com a política de preços atual, os preços cobrados nas refinarias se orientam pelas flutuações do preço do barril de petróleo no mercado internacional e do câmbio.