O Rio Grande do Sul tem vivenciado eventos climáticos extremos durante o inverno, com a ocorrência de ciclones extratropicais na costa do Litoral Norte. Esses ciclones, que são parte da climatologia normal do inverno, surpreenderam pela intensidade e posicionamento, resultando em impactos graves, como enchentes, ventos fortes e perdas humanas.
A intensidade desses eventos está relacionada à variabilidade natural do clima, dificultando a separação dos efeitos do El Niño.
Durante o inverno no Rio Grande do Sul, é comum a ocorrência de ciclones extratropicais. No entanto, nos últimos meses, a intensidade e o posicionamento desses ciclones fugiram ao convencional, resultando em eventos extremos, com chuvas intensas, enchentes e ventos acima de 150 km/h. A relação desses eventos com o El Niño ainda é difícil de determinar, pois fazem parte da variabilidade natural do clima.
A MetSul Meteorologia aponta que a sequência de eventos de chuva volumosa e excessiva no Rio Grande do Sul indica o início dos efeitos do El Niño. O El Niño foi declarado em junho pela Meteorologia do governo dos Estados Unidos, porém, seus efeitos costumam ser sentidos no fim do inverno e início da primavera.
Atualmente, o aquecimento do Oceano Pacífico Equatorial Central está 1,6ºC acima da média, próximo à anomalia observada em setembro de 2015 durante o Super El Niño. A tendência é que o aquecimento continue nos próximos meses, podendo levar a um evento de El Niño muito forte.
Os efeitos das chuvas intensas e frequentes associadas ao El Niño serão sentidos no Rio Grande do Sul, Sul do Brasil, Argentina e Uruguai. A previsão é de muitas enchentes e tempestades, o que acarretará impactos econômicos e sociais significativos.
Setembro, de acordo com a MetSul Meteorologia, pode se tornar um dos meses mais chuvosos da história do estado. Os próximos meses também serão marcados por chuvas acima da média e novos extremos de chuva, intensificados pelo aquecimento global.
Neste mês, além do episódio de chuva muito intensa já ocorrido, são esperados novos eventos de chuva volumosa no Rio Grande do Sul. Já na segunda metade desta semana, uma frente quente deve se formar no Sul gaúcho, avançando como frente fria e gerando mais chuva volumosa. Dados indicam ainda a possibilidade de um terceiro evento de chuva volumosa na semana seguinte, entre os dias 12 e 13.
Com a sequência de eventos extremos e a influência do El Niño, a frequência de tempestades e enchentes será alta nos últimos meses de 2023. Isso resultará em grandes impactos econômicos e sociais no Rio Grande do Sul, Sul do Brasil, Argentina e Uruguai. O acelerado aquecimento global também pode agravar as consequências desses eventos.
A avaliação da MetSul Meteorologia é de que setembro será um mês extremamente chuvoso no Rio Grande do Sul. Com base nas chuvas já ocorridas e nas previsões, este mês pode figurar como um dos mais chuvosos da história do estado. A tendência é que os próximos meses também sejam marcados por chuvas acima da média, intensificando os efeitos do El Niño de 2023/2024.
Ademais, os eventos extremos de chuva no Rio Grande do Sul durante o inverno são resultado da variabilidade natural do clima, mas também indicam o início dos efeitos do El Niño. A intensidade das chuvas e a frequência de tempestades devem aumentar nos próximos meses, trazendo impactos significativos para a região.
É importante estar preparado para lidar com as consequências desses eventos e buscar medidas de mitigação dos impactos econômicos e sociais.