Com a recente notícia da recuperação judicial da 123Milhas, os clientes e fornecedores que têm valores a receber, mas não foram listados como credores, precisam agir rapidamente.
Na última quinta-feira, a juíza Claudia Helena Batista, da 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, acolheu o pedido de recuperação judicial da 123Milhas, da HotMilhas e da holding Novum.
Isso significa que todas as ações e execuções contra as empresas foram suspensas por 180 dias.
Se você é um cliente ou fornecedor da 123Milhas e tem dinheiro a receber, mas não foi listado como credor na documentação entregue à Justiça de Minas Gerais, precisa apresentar sua habilitação no processo de recuperação judicial.
O mesmo vale para quem já está na lista de credores, mas discorda do valor da dívida declarado pela empresa.
Os pedidos de habilitação ou impugnação devem ser apresentados aos escritórios Paoli Balbino & Barros Sociedade de Advogados e Brizola e Japur, que foram nomeados como administradores judiciais do processo.
“Habilitações e impugnações (de crédito) apresentadas a destempo e já inseridas neste processo serão desconsideradas e se, possível, excluídas dos autos, ou colocadas sem visualização“. – Juíza Claudia Helena Batista
Os interessados têm um prazo de quinze dias para apresentar sua habilitação no processo de recuperação judicial.
A decisão da juíza Claudia Helena Batista de aceitar o pedido de recuperação judicial da 123Milhas pode ter consequências significativas para os credores.
Além de ter que esperar para receber o que lhes é devido, também podem ter que aceitar um valor menor se a empresa não conseguir pagar todas as suas dívidas.
Para os clientes e fornecedores da 123Milhas que não foram listados como credores, a situação é ainda mais preocupante. Eles agora têm que correr contra o tempo para garantir que seus direitos sejam protegidos.
A 123Milhas foi proibida de vender novas passagens aéreas e pacotes de viagem. Essa decisão cautelar veio após a empresa protocolar um pedido de recuperação judicial. A suspensão inclui até mesmo as vendas promocionais.
Desde a data da suspensão dos voos promocionais, muitos consumidores registraram reclamações contra a empresa. A quantidade de queixas se aproxima do total registrado no ano anterior, quase dobrando as reclamações em comparação a 2021.
Os clientes da 123Milhas têm enfrentado dificuldades para receber os serviços contratados ou o reembolso dos valores pagos. A empresa disponibilizou o reembolso apenas por meio de vouchers, que podem ser utilizados em outros produtos dentro da plataforma.
A situação se complicou ainda mais com o pedido de recuperação judicial da empresa. Isso aumentou a incerteza dos consumidores sobre a possibilidade de receber qualquer reembolso.
O processo de recuperação judicial permite que a empresa suspenda e renegocie parte das dívidas acumuladas em um período de crise.
De acordo com o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o processo de recuperação judicial adia ou suspende o pagamento aos credores por um período determinado.
Isso permite que a empresa foque no pagamento de funcionários, tributos e matéria-prima essenciais para o funcionamento do negócio.
Ainda é incerto o que o futuro reserva para a 123Milhas. No entanto, a aprovação do pedido de recuperação judicial é um passo importante para a empresa tentar se reestruturar e sair da crise.
Por enquanto, tudo o que os clientes e fornecedores podem fazer é acompanhar o processo e garantir que seus direitos sejam respeitados.