O romantismo no Brasil foi marcado por uma tendência literária própria do contexto brasileiro, o Indianismo. As obras indianistas tinham como ideia central a defesa da ideia do índio como base da fundação da nacionalidade. Nesse sentido, as obras traziam a idealização do indígena como “o bom selvagem”.
Um dos autores mais importantes dessa fase do romantismo foi José de Alencar (1829-1877). O autor compôs uma série de romances indianistas, entre os quais figura a obra Ubirajara. Publicado pela primeira vez em 1874, o livro Ubirajara é um romance típico do período, de modo que apresenta a imagem índio como um herói, tendo como personagem central Jaguarê.
Jaguarê é um jovem caçador araguaia descrito como bravo e valente e que luta para conseguir se tornar um guerreiro. Assim, após vencer Pojucã, Jaguarê ganha reconhecimento de herói e recebe a alcunha de Ubirajara, o senhor da terra, se tornando líder de seu povo.
Ao conhecer Araci, uma virgem tocantim, filha do chefe Itaquê, o jovem se interessa amorosamente pela moça, no entanto precisa enfrentar seus pretendentes. Além disso, o pai de Araci descobre que Ubirajara é de uma tribo inimiga a sua e acaba por prendê-lo. Por isso, os araguaias invadem a aldeia da tribo tocantim e ambas as tribos travam luta.
Desse modo, Ubirajara consegue vencer os indígenas tocantim e se torna o chefe das duas tribos, que se unem e recebem o nome de Ubirajaras.
José de Alencar cumpre as características do romances indianistas, defendendo os costumes autóctones, como a poligamia e criticando os costumes dos portugueses, por outro lado. O autor faz uso da terceira pessoa na narrativa, de modo que o narrador é do tipo observador. O tempo da narrativa é cronológico e o enredo se passa no estado do Tocantins.
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