Não é surpresa para nenhum residente no Brasil que a picanha é uma das delícias mais desfrutadas do país. Essa fatia bovina, geralmente degustada acompanhada de uma cerveja gelada, traz satisfação a diversos brasileiros nos churrascos realizados aos domingos. Afinal, é uma comida tenra, suculenta e repleta de sabor. Contudo, o preço da carne é consideravelmente elevado. Nos últimos tempos, essa peça se tornou quase uma mercadoria de luxo.
Diversos fatores contribuíram para o aumento do custo da picanha. A crise enfrentada por importantes potências globais foi um desses elementos. Ademais, a pandemia do Covid-19 ocasionou um aumento no preço da carne – um fenômeno que afetou outros itens da dieta dos brasileiros. Em 2023, contudo, a picanha está vendo uma redução nos preços e está voltando a brilhar nas reuniões de churrasco dominicais. Compreenda por que o corte está mais acessível neste ano.
Para muitos, a picanha é tida como um símbolo de status. Desfrutar desse prato durante um churrasco dominical é indicativo de prosperidade financeira.
Nos tempos recentes, contudo, esse item foi retirado do cardápio de grande parte da população. Afinal, o preço da carne aumentou consideravelmente. Durante o período eleitoral, a carne foi utilizada nas campanhas de diversos candidatos à presidência, os quais prometeram que os brasileiros voltariam a incluir esse alimento em suas dietas.
De fato, em 2023, houve uma redução nos preços desse item. Entretanto, tal tendência não se aplica somente a essa fatia específica.
As diferentes variedades de carne, de modo geral, estão com preços mais acessíveis. Há vários fatores que podem explicar essas mudanças nos valores.
O principal entre eles é a lei da oferta e demanda. Quanto maior a procura por um produto, mais valioso ele se torna e, por consequência, mais caro. Caso a demanda por um item seja baixa, seu preço acompanha essa tendência.
Por um longo período, a picanha era altamente procurada pelos brasileiros. Além de seu sabor apreciável, esse corte carrega consigo conotações de ascensão social de uma família.
Contudo, desde 2019, o preço dessa carne aumentou. Em 2020, com a pandemia, o item ficou inacessível para a maior parte da população, resultando em uma redução na demanda.
Outro fator que influi no preço de um produto é sua destinação, seja ela o mercado interno ou externo. As políticas da nova administração governamental priorizam a produção de alimentos para consumo nacional, o que beneficia o orçamento do trabalhador. De modo geral, os produtos destinados à exportação tendem a ser mais onerosos para os brasileiros quando consumidos localmente.
Na verdade, o aumento da demanda interna guarda relação com a dinâmica da oferta e demanda. Enquanto a procura pela picanha diminuiu, a produção de carne bovina aumentou consideravelmente.
O valor da picanha varia conforme o estado. Entretanto, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), esse item apresentou uma queda de 7,9% no Brasil ao longo deste ano.
Outros cortes de carne seguiram uma tendência semelhante. O filé mignon, por exemplo, registrou um declínio de 10,17%. Já a alcatra apresentou uma redução de 11,50%.
O valor da carne de ave reduziu nos últimos períodos devido à diminuição na procura, conforme comunicado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Esalq/USP. A disponibilidade substancial das alternativas diretas — as carnes suína e bovina — também exerceu pressão sobre o frango.
Atualmente, o preço por quilo da ave congelada foi comercializado a R$ 6,48 no mercado atacadista em São Paulo. Assim, apresenta uma diminuição de 2,3% em relação aos R$ 6,63 da semana anterior.
“É importante recordar que, no início de agosto, ajustes na produção e a satisfatória fluidez da proteína resultaram em aumentos significativos nos preços”, observam os analistas em um comunicado.