Ir ao mercado e fazer algumas compras não tem sido uma tarefa agradável para a maior parte dos brasileiros. Ao menos é o que apontam os dados mais recentes do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo a pesquisa, entre os meses de setembro e outubro, a cesta básica ficou mais cara em 12 das 17 capitais pesquisadas.
O destaque principal foi para a cidade de Porto Alegre, que registrou um aumento de 3,34% na cesta básica em relação ao mês anterior. Agora, a capital gaúcha tem os preços mais caros entre todas as capitais analisadas. Destaques também para Campo Grande (+3.17%), Vitória (+3,14%), e Rio de Janeiro (+ 3,1%).
O top 3 de capitais com registro de cesta básica mais cara tem Porto Alegre (R$ 768,82), São Paulo (R$ 762,20) e Florianópolis (R$ 753,82). Em todos estes casos, um Auxílio Brasil de R$ 600 não é suficiente para comprar uma cesta completa.
Em outubro, as cidades concentradas nas regiões Norte e Nordeste foram as que registraram as maiores quedas. No Recife, por exemplo, o preço da cesta básica caiu 3,73%, em Natal 1,4%, em Belém 1,16% e em Aracaju 0,61%. Todas estas variações levam em consideração a comparação de valores entre os meses de setembro e outubro deste ano.
Não é por acaso que Aracaju tem a cesta mais barata do país: R$ 515. No Recife os itens custaram R$ 558 em outubro, em João Pessoa, R$ 559, e, em Salvador, a cesta básica sai por R$ 562. Mesmo que os valores sejam notadamente menores do que aqueles registrados no Sul e no Sudeste, eles também tomam quase todo o saldo do Auxílio Brasil de R$ 600.
O que aumentou na cesta básica
Mas afinal de contas, o que motivou o aumento do valor da cesta básica na maioria das capitais pesquisadas pelo Dieese? Segundo o Departamento, a vilã da vez foi a batata, que subiu em todas as cidades que disponibilizaram os registros. Mesmo nas cidades que registraram queda geral, também foi sentido um aumento no preço da batata.
O aumento se explica por causa do fim da safra de inverno e também pelas chuvas fortes em determinadas regiões de produção.
O preço do tomate também cresceu na maioria das capitais pesquisadas. Destaque para Belo Horizonte, em Minas Gerais, que registrou um aumento de 38,33% no fruto.
Salário mínimo
Todos os meses, o Dieese se baseia nestes números para calcular qual seria o salário mínimo ideal para uma família de quatro pessoas. Para outubro, eles estipulam que o valor deveria ser de R$ 6.458,86. Hoje, o salário mínimo faz pagamentos bem mais modestos, com valores de R$ 1.212, que também servem como base para a definição da aposentadoria.
O salário mínimo ideal também está distante de todas as projeções de salário para o próximo ano. A visão mais otimista do governo eleito é conseguir elevar o patamar dos atuais R$ 1.212 para R$ 1.320. Uma aumento que, mesmo que seja aprovado, fica distante do chamado montante ideal definido pelo Dieese em suas pesquisas.