Os bons resultados da educação em Sobral, no Ceará, tomou conta das páginas do jornal norte-americano Financial Times.
A reportagem mostra a evolução do município cearense, que por muito tempo foi considerado “mediano” nas avaliações de aprendizagem.
“O distrito do semiárido Interior do estado do Ceará não figurou entre os 1.000 primeiros entre cerca de 5.500 autoridades locais em um índice nacional que mede a qualidade da educação, em 2005. No entanto, pouco mais de uma década depois, Sobral liderava o ranking de ambos anos iniciais e finais. Alcançou notas mais altas do que a média das escolas particulares do mais rico estado de São Paulo”, exibe um dos trechos da matéria.
Vale dizer que, a educação de Sobral focaliza esforços na alfabetização na primeira infância.
Desse modo, o intuito principal é garantir que todas as crianças possam ler e escrever até o fim do segundo ano do ensino fundamental. Ou seja, em idade escolar normal, quando completam sete anos.
Envolve avaliações regulares dos alunos e incentivos para professores, assim como formação profissional contínua.
“Um ponto importante foi acabar com as nomeações políticas de escolas e funções de gestão. Os funcionários foram contratados por mérito e habilidades técnicas, com bônus atrelados ao desempenho. Os gastos da cidade aumentaram e o monitoramento e o apoio aos alunos ausentes ajudaram virtualmente a eliminar os desistentes, de acordo com um estudo do Banco Mundial no ano passado“, explica o texto.
O estudo do Banco Mundial, inclusive, chamou atenção para os caminhos que o Estado moldou para atingir um patamar elevado na Educação.
“O Ceará revolucionou as transferências fiscais para os municípios, vinculando-as ao desempenho educacional. Esse modelo específico de incentivo ao desempenho educacional funcionou devido ao ambiente de gestão descentralizada da educação no Ceará”, destaca um trecho do relatório da instituição financeira que o Focus teve acesso.
O que outros governos podem aprender com a experiência Sobral-Ceará? O banco também detalha. “A principal lição da experiência Ceará-Sobral é que é possível realizar uma reforma significativa em um período razoável, mesmo em um ambiente sem muitos recursos financeiros. Além disso, o Ceará alcançou avanços notáveis no ensino fundamental mesmo sem o controle direto do estado sobre a oferta de educação: sua conquista foi por meio de incentivos e apoio aos municípios, que eram, de fato, os gestores das escolas”, pontua.
O modelo sobralense também foi abraçado pelo empresário Jorge Paulo Lemman, com a Fundação Lemann. O magnata quer que o Brasil vire uma “grande Sobral” no quesito educação.
As ações já foram encabeçadas em 23 municípios do País desde 2018 e o objetivo é agregar mais sete ainda neste ano.
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