A reconstituição mamária é um direito fundamental que todas as mulheres devem ter, sobretudo aquelas que passaram por algum tipo de mutilação. Recentemente, um projeto de lei que amplia esse direito foi aprovado pela CAS, Comissão de Assuntos Sociais, no Brasil. Este projeto, conhecido como PL 2291/2023, representa um passo significativo para a saúde das mulheres e a igualdade de gênero no país.
O PL 2291/2023, de autoria da senadora Margareth Buzetti (PSD-MT), foi aprovado pela CAS e segue agora para análise da Câmara dos Deputados. Este projeto propõe a ampliação do direito das mulheres à cirurgia plástica reparadora da mama em todas as situações de mutilação total ou parcial.
Anteriormente, a lei só garantia este direito às mulheres que passaram por tratamento de câncer de mama. Agora, com a aprovação desse projeto, todas as mulheres que sofreram qualquer tipo de mutilação mamária, independentemente da causa, terão direito à cirurgia reparadora. Além disso, o projeto assegura o acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado desde o diagnóstico do problema.
A relatora do projeto, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), enfatizou a importância da integridade mamária para a saúde mental das mulheres. Em suas palavras, “a mutilação total ou parcial nos seios altera negativamente a imagem corporal, afeta a autoestima e a psique. A mutilação do seio é uma das maiores agressões que uma mulher pode sofrer”.
A reconstituição mamária é mais do que um procedimento estético. Ela é essencial para a saúde mental e a autoestima das mulheres. Além disso, esta cirurgia também ajuda a restaurar a funcionalidade da mama, promovendo uma melhor qualidade de vida para as pacientes.
Segundo a senadora Margareth Buzetti, a proposta do projeto vai além dos casos de mastectomia em razão de câncer de mama. Ela também mencionou no plenário do Senado outros casos em que as mulheres seriam beneficiadas pela nova lei, como mulheres que nasceram com anomalias congênitas que afetam o desenvolvimento da mama e mulheres que sofreram acidentes que resultaram na perda das mamas.
Este projeto de lei também se estende tanto para o Sistema Único de Saúde (SUS) quanto para os usuários de planos de saúde privados. Isso significa que todas as mulheres, independentemente de sua situação socioeconômica, terão acesso a este procedimento vital.
Atualmente, cerca de 20 mil brasileiras estão na fila de espera para se submeterem à reconstituição mamária na rede pública. Este número é preocupante, pois a incidência de câncer de mama no país é crescente.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, só em 2022, foram mais de 66 mil novos casos. Este cenário demonstra a magnitude do problema e a urgência de ações como o projeto de lei PL 2291/2023.
O processo de reconstituição mamária é complexo e varia de acordo com cada caso. Em geral, a cirurgia de reconstituição ocorre logo após a retirada do tumor, quando há condições técnicas. Se não for possível realizá-la imediatamente, a paciente será encaminhada para acompanhamento e terá garantido o procedimento quando apresentar as condições clínicas necessárias.
Existem diferentes técnicas cirúrgicas para a reconstituição mamária, que dependem de vários fatores, incluindo o tamanho da mama, a localização e o tipo do tumor e a modalidade de operação realizada pela equipe de mastologia.
Entre as técnicas mais utilizadas para a reconstituição mamária, podemos citar:
Para a reconstrução da mama, o volume é reconstituído com implantes de silicone ou retalhos. Para a área dos mamilos, muitas vezes se recorre à tatuagem, que traz resultados bem satisfatórios.
A reconstituição mamária é um procedimento vital e um direito fundamental de todas as mulheres que passaram por qualquer tipo de mutilação. O projeto de lei PL 2291/2023 representa um avanço significativo para a saúde das mulheres e a igualdade de gênero no Brasil. Agora, todas as mulheres que sofreram mutilação mamária, independentemente da causa, terão direito à cirurgia reparadora e ao acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado.