Cartum: Humor ou crítica?

Desenho humorístico de caráter crítico

O cartum é um desenho humorístico, animado ou não, que tem como característica a crítica, de maneira breve, dos momentos que abrangem o dia a dia de uma sociedade.

O nome cartum tem origem britânica e foi usado pela primeira vez nesse contexto no ano de 1840, quando a revista Punch publicou charges que imitava os estudos para os afrescos do Palácio de Westminster, adequados para ironizar os acontecimentos da política contemporânea.

Esse costume começou em 1843, momento que a Punch usou o termo cartum para se referir aos desenhos satíricos de John Leech – caricaturista e ilustrador inglês. O significado da palavra cartum é “estudo” ou “esboço”.

O cartum é considerado um modo de comédia e até hoje conserva o seu espaço na imprensa escrita atual. No contexto moderno, o cartum se mostra como uma obra de arte frequentemente utilizada com intenção de humor.

O cartum e as charges são “gags visuais” – qualquer coisa que comunique seu humor visualmente – todavia, a charge ironiza acontecimentos da atualidade.

 

Características do cartum

Veja as principais características desse gênero jornalístico:

  • Gênero textual constituído de linguagem não verbal;
  • Sátira;
  • Humor;
  • Ironia;
  • Cômico;
  • Flexibilidade;
  • Associação da linguagem verbal ao desenho expressivo;
  • Imagens atemporais;
  • Entrelaça palavras, imagens e sentido.

 

Nas artes plásticas, esse gênero é visto como uma peça estética gráfica. Já no jornalismo essa peça é usada para contribuir com a informação, que assim como um texto editorial, expressa a opinião do veículo que propaga a informação. Esse gênero textual é formado por uma linguagem não verbal.

Mesmo usando uma estética gráfica, esse gênero também usa a linguística ao associar o desenho com a escrita. Na imprensa, também é posto um subgênero, que é o cartum a respeito da atualidade, que se apropria, além da filosofia sócio-política, da estética gráfica.

Na rotina jornalística, o cartum mostra para o leitor referências de mundo parecidas com as dele. O cartum é baseado em crítica cultural e ética, mostrando os personagens alvo, exibindo suas características, singularidades, posições sociais e políticas.

Ricardo Ferraz. (Foto: Cade Tudo)

Na charge acima se pode observar o preconceito das pessoas. O rapaz, ao avistar uma pessoa com necessidades especiais, lhe ofereceu uma cédula de dinheiro, quando na verdade o cadeirante queria apenas uma informação.

Enquanto o cartum tem a intenção de satirizar costumes humanos não situados no tempo, a charge possui a intenção de satirizar circunstâncias que estão em um contexto específico. Ou seja, em um contexto direcionado para os problemas sociais, principalmente.

Desta maneira, enquanto o alvo dos cartuns são pessoas desconhecidas, na charge elas são representadas por personagens que tenham ligação com à vida pública, como por exemplo políticos, artistas e outros.

Outro fator também muito importante é que a ideia da charge em alguns momentos é feita com uma linguagem verbal e não verbal, e precisam estar de acordo com o conhecimento de mundo do interlocutor, visto que a interlocução só será completa caso “a mensagem seja entendida pelo leitor”. Por isso ele precisa estar informado acerca do que acontece ao seu redor.

Linguagem verbal e não verbal

A linguagem verbal é aquela em que a comunicação ocorre através das palavras escritas ou faladas. Já a linguagem não verbal utiliza-se símbolos e sinais visuais para que a comunicação seja completa. As duas linguagens são modos de conversação, sendo a comunicação definida pela troca de informações entre o emissor e o receptor com o objetivo de transmitir uma mensagem.

Agora que já sabe o que é um Cartum, conheça mais sobre a Charge e em seguida observe a diferença entre os dois.

 

Charge

A charge faz sátiras, através de uma caricatura, aos acontecimentos da atualidade com um, dois ou mais personagens envolvidos. A palavra charge originou-se na França e significa “carga”, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco.

As charges comumente são usadas para fazer críticas políticas no Brasil. Esse gênero é muito confundido com os cartuns. Mas ao contrário da charge, que sempre é uma crítica contundente ligada à temporalidade, os cartuns abordam momentos do dia a dia da sociedade.

A charge é muito mais que um simples desenho. Sua imagem apresenta críticas político-social em que o artista expressa  sua opinião sobre algumas situações do cotidiano, através do humor e da sátira. Para entender uma charge é preciso estar por dentro do que acontece ao seu redor. Ao se estabelecer a censura em algum país, a charge geralmente é o primeiro alvo dos censores.

As charges foram criadas no início do século XIX, por indivíduos que eram contra as ideias dos governos ou críticos políticos que queriam se expressar de forma inusitada. Eles foram reprimidos pelo governo, mas ganhou muito prestígio com a população e isso o levou ao sucesso até os tempos de hoje.

 

Diferença entre Cartum e Charge

Mesmo utilizando a imagem como aliada da escrita, o cartum e charge são diferentes e aplicados de formas distintas.

Enquanto o cartum está associado a fatos e textos atemporais, a charge aborda um fato da atualidade. O cartum não retrata apenas uma pessoa, mas um conjunto de informações. Já a charge é originada de uma notícia e revela ao leitor a posição editorial do veículo.

Outros gêneros textuais

Cada tipo de gênero textual possui o seu estilo próprio, podendo ser diferenciado dos outros através das suas características. Algumas peculiaridades que determinam o gênero textual são o assunto, o papel dos interlocutores e a situação.

Veja outros exemplos dos gêneros textuais:

  • Conto maravilhoso;
  • Conto de fadas;
  • Fábula;
  • Carta pessoal;
  • Lenda;
  • Telefonema;
  • Poema;
  • Narrativa de ficção científica;
  • Romance;
  • E-mail;
  • Manual de instruções;
  • Lista de compras;
  • Edital;
  • Conto;
  • Piada;
  • Relato;
  • Relato de viagem;
  • Diário;
  • Autobiografia;
  • Curriculum vitae;
  • Notícia;
  • Biografia;
  • Relato histórico;
  • Texto de opinião;
  • Carta de leitor;
  • Carta de solicitação;
  • Editorial;
  • Ensaio;
  • Resenhas críticas;
  • Seminário;
  • Conferência;
  • Palestra;
  • Texto explicativo;
  • Relatório científico;
  • Receita culinária;
  • Regulamento.